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Ivan Bonilha no dia da posse: forcinha da FPF garantiu presidência. |
Hélio Cury foi o grande vencedor das eleições para o comando do Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR). O presidente da Federação Paranaense de Futebol (FPF) fez intensa articulação de bastidores para emplacar seu candidato, o ex-procurador-geral de Curitiba Ivan Bonilha, na presidência da corte do futebol local.
Mesmo sem vínculo anterior com o tribunal ou com o esporte, Bonilha obteve seis votos contra três do promotor Octacílio Sacerdote Filho, que há oito anos milita no TJD. Votaram os nove membros do tribunal, empossados em cerimônia na sede da seção paranaense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR).
Cury costurou pessoalmente as duas indicações a que tinham direito os clubes profissionais. Também tomaram partido da FPF e de Bonilha os auditores Peterson Morosko, nomeado pela OAB-PR, e Alessandro dos Santos Fernandes, da cota dos atletas. Assim, somando as duas indicações à que a própria FPF tinha direito (uma delas foi o próprio Bonilha), Cury conquistou ampla maioria no principal colegiado do TJD.
A ação da FPF ?engoliu? as candidaturas de Sacerdote e Paulo César Gradella – este acabou contentando-se com a vice-presidência do tribunal.
Para Cury, obter respaldo no TJD significa a ampliação de seu poder na FPF. Expediente semelhante foi adotado pelo antecessor Onaireves Moura, que sempre agiu politicamente para manter sob sua influência a maioria do pleno. ?Faz parte do jogo político. Nosso papel será fiscalizar e cumprir as normas do tribunal?, falou Sacerdote, que antes da votação já reconhecia a provável derrota e mostrava contrariedade com a jogada em favor de Bonilha.