Presidente da Comissão de Arbitragem é criticado

Há cerca de 20 anos, o então árbitro Afonso Vitor de Oliveira chegou a ser visto pelos apitadores do Paraná como um dos principais defensores de sua classe. Hoje, acumulando o cargo de presidente da comissão de arbitragem da Federação Paranaense de Futebol e da Associação dos Árbitros de Futebol do Paraná, o consenso é outro.

Árbitros e representantes da classe questionam o fato de Afonso ao mesmo tempo figurar no comando da entidade que ele mesmo ajudou a criar para defender o interesse dos apitadores e da comissão que oficialmente existe para seguir normas da federação.

“O Afonso Vitor de Oliveira, que ajudou a conquistar muitas coisas, está deixando tudo que foi conquistado se perder”, ataca o presidente do Sindicato dos Árbitros de Futebol do Paraná, Airton Nardelli.

O sindicato, no entanto, não tem reconhecimento unânime entre os apitadores e também é deixado de lado pela FPF. Boa parte dos árbitros acredita que a associação é a verdadeira representante da classe. No entanto, todos os procurados questionam a “dupla presidência” de Afonso Vitor de Oliveira.

“Precisamos de alguém isento para defender os árbitros e até puni-los se for necessário. Se o árbitro faz coisa errada, a associação não deve passar a mão na cabeça. Mas é preciso ter alguém claramente imparcial para defender os direitos da categoria”, disse um árbitro, pedindo anonimato.

Cobrando caro

O grande impasse na gestão ‘Afonso Vitor’ começou quando uma taxa de inscrição anual de R$175 cobrada dos 320 árbitros existentes no Estado teve seu destino alterado. O total dos valores, que chega a R$ 56 mil, deixará de ser da associação e agora vai para os cofres da FPF.

Por causa dessa taxa, de acordo com os apitadores, desde janeiro deste ano, uma mensalidade anual de R$240 passou a ser cobrada pela associação dos árbitros, também presidida por Afonso Vitor. “Ouvimos a ameaça da comissão de arbitragem dizendo que aqueles que não pagassem em dia as inscrições e as mensalidades ficariam fora da escala”, protestou um dos árbitros da FPF, que não quis se identificar para não sofrer represália depois.

O fim de direitos conquistados antigamente, como viajar em ônibus leito em dias de jogos em outras cidades e o valor único das diárias, também são contestados por apitadores. “Outro dia, em um jogo no interior, cheguei a ter que pagar parte das despesas com a minha taxa de arbitragem”, lamenta o árbitro anônimo.

Procurado para falar sobre a cobrança das taxas e a perda de direitos da classe, o presidente da FPF, Hélio Cury, afirmou que problemas de arbitragem não são de sua alçada. Questionado sobre a dupla presidência de Afonso Vitor de Oliveira, o cartola apenas respondeu:
“Se ele é o mesmo, quem é conivente é o pessoal que aceita”.

Afonso Vitor de Oliveira, por sua vez, ressaltou que as taxas, a perda de direitos dos árbitros e a dupla presidência são um assunto interno. “Isso não é da imprensa”.

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