A preocupação do presidente da CBF, José Maria Marin, com a arbitragem na Copa do Mundo aumenta a cada dia. Ele acredita que a seleção brasileira tem sido vítima de “interpretações equivocadas” na competição, opinião compartilhada pelo técnico Luiz Felipe Scolari e o coordenador Carlos Alberto Parreira. Ainda em Fortaleza, ele falou sobre esse temor, embora tenha evitado palavras mais fortes contra a direção da Fifa.

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“O que eu acho é que a repercussão do pênalti marcado sobre o Fred na estreia (contra a Croácia) deixou os árbitros inibidos em relação à seleção brasileira”, declarou. “Já houve gol legal a nosso favor não validado, pênalti não marcado (referia-se ao jogo com o Chile, nas oitavas de final), faltas violentas contra nossos atletas não punidas devidamente. Os árbitros estão inibidos quando apitam jogos do Brasil”, disse Marin, antes de saber da gravidade de Neymar.

As acusações de favorecimento ao Brasil feitas por alguns treinadores e a imprensa estrangeira após o jogo contra a Croácia levaram a CBF e a comissão técnica a cogitar a divulgação de uma nota oficial de repúdio.

Felipão foi quem mais ficou irritado com a reação ao pênalti duvidoso sobre Fred. No próprio dia da abertura do Mundial, ao tomar conhecimento de declaração de seu colega da Croácia, Niko Kovac, de que “o favorecimento ao Brasil poderia fazer da Copa um circo”, o técnico brasileiro esbravejou ao lado de seus auxiliares no centro de treinamento, em Teresópolis, e quis dar uma resposta pública.

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O presidente da CBF, no entanto, achou melhor evitar um mal-estar com a Fifa e concluiu que não seria contraproducente ser tão ostensivo, uma vez que a Copa estava começando. Decidiu-se então pela entrevista dada por Fred à TV da CBF, em que o atacante garantia ter recebido a falta e explicava por quê.

Raridade

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Problemas de arbitragem contra o Brasil em Copas do Mundo e outras competições internacionais eram raras até pouco tempo, quando Ricardo Teixeira ainda presidia a CBF – ele renunciou ao cargo em março de 2012.

Como um dos homens mais fortes do comitê executivo da Fifa e também do comitê de arbitragem da entidade, Ricardo Teixeira tinha influência direta na escolha dos árbitros para jogos da seleção em Eliminatórias Sul-Americanas para os Mundiais, nas copas América e do Mundo.

O dirigente contava com a colaboração de outros responsáveis pela arbitragem da Fifa e não recebia veto a nenhum dos nomes que indicava para apitar jogos oficiais do Brasil.