Em tom de desabafo, o presidente Aquilino Romani não escondeu o desconforto com algumas insinuações de um suposto “calote” do Paraná Clube. “Não sou banco”, disse, reafirmou que os débitos serão quitados, mas que “ficará algo pra trás”.
A dura realidade do Tricolor fez o dirigente perder a calma. “O que foi prometido, será cumprido. Só que é um processo não tão simples, pois os casos têm que ser definidos individualmente”, ponderou o dirigente.
Romani, na verdade, recorreu a empréstimo bancário para amenizar os débitos com o departamento de futebol. “É um procedimento que requer algum tempo. O dinheiro só foi liberado no fim da tarde. Por isso, os jogadores só irão receber a partir de amanhã (hoje)”, disse o presidente paranista.
“Não é fácil ser vidraça o tempo inteiro. Tem muitos clubes devendo salários, mas todos só falam do Paraná Clube”, disparou Romani. O presidente disse que não esteve ontem na Kennedy porque passou o dia reunido com a comissão técnica, definindo algumas questões relativas a 2011. “O presidente não tem como estar em dez lugares ao mesmo tempo. Essa questão dos acertos, agora, é com o nosso financeiro”, justificou. O clube disporia, neste momento, de R$ 400 mil para amortizar a dívida com os atletas.
O salário de novembro, por exemplo, ainda não venceu, assim como as questões relativas ao 13,º salário. “Poucos sabem, mas ontem (segunda-feira) paguei o último cheque da L.A. Sports”, disse.
O valor, não citado, é relativo aos acertos de Gabriel, Davi e Zé Carlos, que atuaram no Paraná ano passado e depois se transferiram para o Avaí. “Nós só temos uma solução: a redução drástica dos nossos gastos”, assegurou Romani.
O presidente confirmou que do atual elenco – considerando aqueles que não têm contrato vigente para a próxima temporada – poucos interessam. E, destes, alguns não vão renovar.
“Pretendíamos ficar com Irineu, Luís Henrique e Chicão. Mas os valores estão fora daquilo que podemos pagar”, antecipou o presidente. “Porém, já estamos bem adiantados nas conversações com o Juninho e o Alessandro Lopes. Também já temos alguns reforços contratados”, avisou, sem dar pistas sobre essas “caras novas” que chegarão a partir de janeiro ao clube.
O dirigente deixou clara a diretriz que irá nortear o Paraná Clube a partir desse momento. “Se preciso, vamos montar um elenco de R$ 100 mil, usando os nossos meninos da base”, arrematou.