“Se a partir da presença de (Fabiano) Santacroce na seleção chega uma mensagem contra o racismo, fico feliz”, afirma Marcello Lippi, técnico da seleção italiana, sobre a convocação do zagueiro ítalo-brasileiro do Napoli.
Lippi garantiu ter decido pela convocação do jogador apenas por critérios técnicos, mas reconhece que a presença de Santacroce na seleção italiana representa uma afirmação contra o clima de intolerância vivido na Europa, e na Itália em especial, nas últimas semanas.
“Eu sou contra qualquer forma de racismo. Essa é a minha cultura e a minha mentalidade. Sim, vivemos tempos de intolerância. Apesar disso, no futebol esses fenômenos estão se atenuando e, quando acontecem, é fora dos estádios”, acrescenta o técnico.
Lippi disse estar convencido que “se possa fazer pouco contra quem tem na sua cultura o racismo”, mas afirma esperar “decisões firmes. Basta também fazer respeitar as leis que existem”. “Existe uma regra para a suspensão da partida em caso de manifestações racistas. Esses fenômenos nos estádios diminuíram, e às vezes as decisões não são tomadas porque se teme que o clima fique mais complicado”, frisa.
O zagueiro Fabiano Santacroce, de 22 anos, nasceu em Camaçari, na Bahia, filho de um italiano e uma brasileira. É negro e vive na Itália desde os quatro anos de idade. Antes de vestir a camisa do Napoli, jogou no Brescia e no Como, que marcou a sua estréia como profissional aos 18 anos.
A primeira aparição do atleta na seleção italiana foi em 21 de agosto de 2007, com a equipe sub-21, no amistoso contra a França, vencido pela Itália por 2 a 1.