Preocupação do Atlético agora é a segundona

O Atlético queimou ontem sua última chance de ainda almejar a classificação para a próxima fase do Campeonato Brasileiro. Quando se esperava o retorno do verdadeiro Rubro-Negro, o que os poucos torcedores presentes ao Estádio Joaquim Américo viram foram dois lados de uma mesma moeda. No primeiro tempo, o time deu show e, no segundo, voltou a jogar sem alma e sem o jeito que a galera se acostumou a ver. Com o empate com o xará de Minas Gerais por 2 a 2, na Arena, o Furacão vai se preocupar agora apenas em não ficar entre os últimos quatro colocados e não cair para a segunda divisão. O próximo compromisso é contra o Paysandu (quarta-feira, na Arena).

Nunca, nas últimas partidas, o Atlético teve tantas oportunidades de golear um adversário e sair de bem com a arquibancada. Começou com tudo e quase abriu o placar com menos de um minuto de partida. O Galo se safou na primeira investida, mas foi surpreendido pela clarividência de David. O ala-direito viu o goleiro Eduardo adiantado e, de primeira, chutou uma bola por cima para sacudir a torcida. Era o prenúncio da retomada das vitórias. A impressão de felicidade entre os torcedores era indiscutível. Ainda mais quando Alan lançou Dagoberto dentro da área para fazer o segundo.

O Galo não tinha forças para segurar o veloz e habilidoso ataque rubro-negro. Só conseguia chegar esporadicamente e sem perigo. Do outro lado, o maior problema era o desperdício de gols. Como a torcida está acostumada, deixou estar, sem saber que a falta de pontaria faria falta no final.

A mão de Geninho

Na segunda etapa veio o pior. O time morreu em campo e foi envolvido pelas mudanças do técnico Geninho. Até a torcida percebeu o maior ímpeto dos mineiros. Ao ver o time entregue em campo, gritou “raça, raça”. O Furacão fez ouvidos de mercador e tomou um gol de cabeça de Hélcio após cobrança de escanteio. A torcida mineira se inflamou e, na sequência, Adriano se chocou com o goleiro Eduardo e pediu pênalti, não atendido pela arbitragem.

Era outro time em campo. O técnico Geninho percebeu isso e pôs sua equipe no ataque. Colocou Alexandre para dar maior criatividade ao meio, enquanto Abel Braga piorava o Rubro-Negro colocando Jadílson em campo. Sem fôlego, sem esquema e sem a cara de Atlético, a torcida assistiu atônita a cada lance perdido pelo Galo. Ninguém acreditava no que estava acontecendo. Quando o atacante Kim fez grande jogada e passou para Alexandre colocar no ângulo de Flávio ninguém se surpreendeu. Era o resultado da colheita de erros, desatenção, falta de fôlego, bagunça tática e desmotivação. Para variar, a torcida fez um só coro de vaias e xingamentos para jogadores, comissão técnica e diretoria.

Nem a torcida perdoa a decadência do time

Quando o presidente do Atlético, Mário Celso Petraglia, foi aos microfones após a vitória no Atletiba, prometeu um novo momento e uma nova mobilização para buscar a classificação e uma vaga numa copa sulamericana no próximo ano. “Falsos atleticanos”, bradou para aqueles que enxergavam a decadência da equipe na competição e alertavam para os problemas. Ontem, nenhum dirigente apareceu na sala de imprensa para dar explicações sobre o fraco desempenho no Brasileirão.

Ontem, nenhum dirigente apareceu para falar, enquanto os torcedores conectados na rede mundial de computadores tentam encontrar os erros. Na opinião dos internautas que acessaram o site www.parana-online.com.br até ontem à noite, os maiores culpados pelo fracasso são os prórpios jogadores. Para 57,5% dos votantes, o motivo é a falta de empenho dos atletas. Outros 25% apontaram a falta de apoio da atual diretoria e outros 17,5% disseram que o troca-troca de treinadores contribuiu mais para a derrocada.

Uma situação que fez o técnico Abel Braga jogar a toalha e mudar seu discurso. Segundo ele, a meta do time nas últimas três partidas é fugir do rebaixamento para a segunda divisão. “Precisamos vencer já na quarta-feira para fugirmos logo desse fantasma”, disparou na coletiva de imprensa. Sem ter muitas explicações para o que ocorreu, Abelão esboçou uma reclamação contra a arbitragem, mas seu desânimo não permitiu levar o assunto muito adiante. Contra o Paysandu, o treinador poderá contar com as voltas de Alessandro, Cocito e Alex Mineiro. Em contrapartida, não poderá contar com o volante Alan, que cumprirá suspensão automática pelo terceiro cartão amarelo, e Fabiano, expulso.

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