Uma disputa entre pilotos e Federação Internacional de Automobilismo (FIA) movimenta a Fórmula 1 às vésperas do GP da França, oitava etapa do Mundial deste ano. Os competidores reclamam do preço cobrado pela entidade para emissão da superlicença, documento obrigatório para disputar a categoria.
O impasse causou uma ameaça de greve no GP da Grã-Bretanha, no próximo dia 6. A possibilidade de uma paralisação é pequena, mas o fato de a hipótese ser cogitada ilustra a gravidade da situação.
Até o ano passado, a Fia cobrava 1.690 euros de cada piloto, com o adicional de 447 euros para cada ponto conquistado. Neste ano, os valores subiram para 10 mil euros fixos, mais dois mil euros a cada ponto, além de 2.615 euros de um seguro.
O reajuste pesou no bolso dos pilotos, sobretudo dos que disputam as primeiras posições. Fernando Alonso e Lewis Hamilton dizem ter pago cerca de 200 mil euros à federação. Kimi Raikkonen, atual campeão, gastou 230 mil para poder pilotar neste ano.
"Paguei mais de Euros 200 mil, é ridículo. Não sabemos o que é feito com esse dinheiro", reclamou Alonso. Felipe Massa concordou e disse que não faz sentido os pilotos de ponta pagarem tarifas mais altas "só porque corre num carro mais bonito ou ganha mais".
"É muito dinheiro especialmente para quem está começando na Fórmula 1 e soma muitos pontos, com Lewis Hamilton ano passado", disse o polonês Robert Kubica, que faz apenas sua segunda temporada completa na categoria e lidera o Mundial.
O presidente da FIA, Max Mosley, usa o argumento de que um piloto que ganha mais de 20 milhões de euros tem condições de pagar 200 mil pela superlicença. O destino do dinheiro, questão permanente entre os pilotos, é aumentar a segurança na categoria segundo o dirigente.