São Paulo –
A delegação brasileira de vela que vai aos Jogos Olímpicos de Atenas, em agosto, começa a ser definida na Pré-Olímpica Brasil de Vela 2004, no Iate Clube Armação de Búzios, no Rio. Os vencedores das classes que já têm vaga na Olimpíada -Star, Laser, Finn, Mistral masculino e feminino, 49er e 470 masculino -, serão declarados representantes do País em Atenas. No caso da Tornado, 470 feminino e Europa, que ainda não garantiram lugar para o Brasil no torneio olímpico, os ganhadores da Pré-Olímpica asseguram o direito de disputar as seletivas que ainda serão realizadas.A competição nacional será longa – o objetivo, segundo a Federação Brasileira de Vela e Motor, é assegurar que vençam os atletas mais bem preparados em cada classe. Haverá duas séries de nove regatas, com direito ao descarte de dois resultados e um intervalo de quatro dias entre uma fase e outra. A primeira série começa nesta segunda-feira e vai até sexta-feira. A segunda, será entre os dias 10 e 14.
Das 66 medalhas que o Brasil já ganhou em Olimpíadas, desde 1920, 12 vieram com a vela. As quatro mais recentes, dos Jogos de Atlanta (1996) e Sydney (2000), foram conquistadas por iatistas que também são o principal destaque da Pré-Olímpica: Torben Grael e Marcelo Ferreira, na classe Star, e Robert Scheidt, na Laser. De Atlanta, trouxeram duas medalhas de ouro. De Sydney, Scheidt trouxe prata; Torben e Marcelo, o bronze (Torben ainda tem mais duas medalhas olímpicas).
E é justamente na Laser e na Star que o Brasil tem chances de aumentar a coleção de medalhas olímpicas. Robert Scheidt considera que a competição em Búzios é a mais importante deste início de temporada. Se confirmar o favoritismo na Pré-Olímpica, o hexacampeão mundial da Laser poderá, então, partir para a principal meta do ano: a conquista da terceira medalha olímpica da carreira. “Preciso confirmar a vaga em Atenas para tentar outra medalha olímpica, meu grande sonho”, afirmou o iatista, de 30 anos. Scheidt já havia avisado que “sumiria” na temporada, significando o menor envolvimento possível com atividades não relacionadas diretamente com a preparação olímpica, como entrevistas, programas de TV e eventos de patrocinadores.
A polêmica criada em torno do fechamento dos bingos – o Bingo Augusta, de São Paulo, é o seu patrocinador mais antigo -, fez Scheidt ficar ainda mais “sumido”. Não opinou sobre o tema, principalmente para ficar distante de polêmicas que pudessem desviar sua atenção. Além do Bingo Augusta, tem apoio do Banco do Brasil, Varig e Volvo e integra a Equipe Petrobrás de Vela.
Além de iatistas já consagrados, como Torben Grael e Marcelo Ferreira, favoritos na Star, e Scheidt, a Pré-Olímpica também vai testar velejadores que brigam por espaço, como João Signorini, o Joca (Finn), Ricardo Winicki, o Bimba (Mistral) e André Fonseca, que forma dupla com Rodrigo Linck, na 49er. Joca, que se cansou de ser superado por Scheidt na classe Laser, engordou dez quilos e foi para a Finn, está ansioso e sabe que terá em Bruno Prada o principal rival entre os quatro competidores que disputarão vaga na sua classe.
Iatismo: Brasil defende título no Mundial de Lightning
São Paulo –
O Brasil entra na 14.ª edição do Mundial Júnior de Lightning (sub-20), a partir de hoje, na Represa do Guarapiranga, não apenas com a responsabilidade de promover uma boa organização para as 15 tripulações, com visitantes do Chile, Equador, Estados Unidos e Grécia, que disputam o torneio em São Paulo. O Brasil defende o título de campeão, ganho em Rochester (EUA), em 2002, por Thomas Summer, Mark Pineda e Pedro Soares, que ultrapassou o limite de idade e deu lugar na tripulação a Felipe Brito. Summer aponta gregos e norte-americanos como principais rivais.O Mundial termina sábado, após seis regatas as duas primeiras hoje, a partir das 13h, no Clube de Campo São Paulo. O Brasil terá cinco tripulações no Mundial. “Aprendi a velejar nessa raia e competir em casa dá confiança”, diz Marcelo Bellotti, de 18 anos, campeão sul-americano da classe Snipe e da seletiva para o Mundial de Lightning. Marcelo é o capitão do barco que terá Eduardo Molina, como proeiro, e Alejandro Carri, como baloneiro.
