Um dos jogadores mais experientes do atual elenco do Palmeiras, Fernando Prass está prestes a reencontrar o Libertad, nesta quinta-feira, em Assunção, pela Copa Libertadores. O goleiro encarou o rival paraguaio no ano passado, quando era jogador do Vasco, e nesta terça fez um alerta ao elenco palmeirense sobre as provocações dos torcedores locais e as condições adversas que deverão ser enfrentadas no acanhado Estádio Nicolás Leoz.
“O estádio do Libertad é muito pequeno, muito pequeno mesmo. Tem um lance de arquibancada de cada lado, um alambrado e já tem o campo. Você passa no meio da torcida e tem as provocações normais. Eles (torcedores paraguaios) sabem que a situação de racismo gera muita revolta dos jogadores e eles usam isso para provocar”, afirmou Prass, em entrevista coletiva na Academia de Futebol.
O jogador ainda manifestou indignação com o fato de que situações “inaceitáveis” ocorridas em um passado recente da competição continental, que seriam passíveis de punição, não foram tratadas da forma correta pela Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), entidade que agora puniu de forma severa o Corinthians pela morte do torcedor do San José Kevin Espada, de 14 anos, atingido por um sinalizador vindo da torcida corintiana no Estádio Jesus Bermúdez, em Oruro, na última quarta-feira.
“A Libertadores sempre é complicada quando a partida é fora de casa. Na Libertadores, acontecem coisas que são impensadas, inaceitáveis e passam em branco. Todo mundo fala que é Libertadores e passa em branco. Hoje, o futebol exige outra postura e tem de ficar exclusivamente dentro de campo. Já joguei em um vestiário que tinha uma laje e colocaram um carvão com fogo em cima para esquentá-la”, revelou Prass.
O jogador ainda fez vários elogios ao Libertad, que disse considerar hoje o time mais forte do Paraguai e lembrou que a equipe já conta com boa experiência na competição continental. “Antes, era o Cerro (Porteño) e o Olimpia. O Libertad é um time que está na Libertadores há muitos anos, de maneira seguida. Isso é importante porque acostuma a jogar, é uma competição diferente. Temos exemplos de times que foram amadurecendo gradativamente durante o torneio. A gente não tem essa rotina de Libertadores como eles, mas temos de acreditar em nossa qualidade. É um time que sabe jogar em casa e sempre foi muito forte no território deles”, enfatizou.