O técnico da seleção italiana, Césere Prandelli, revelou nesta segunda-feira, em Florença, durante a apresentação da equipe, que visitou o atacante Antonio Cassano no hospital e já lhe fez um convite especial. Quer que o jogador do Milan, que passou por uma cirurgia cardíaca na sexta-feira, esteja com a Itália na Eurocopa do ano que vem. Se não tiver condições de atuar, uma vez que o prazo mínimo de recuperação é de cinco meses, Prandelli quer que Cassano dê apoio ao grupo, acompanhado de sua esposa e de seu filho.
“Seria muito bonito levá-lo à Eurocopa, se não como jogador, se não puder estar disponível, pelo menos como um que pode dar uma grande contribuição em termos de espírito. Cassano gosta desta seleção de forma especial. Sentimos a sua falta e a atmosfera sem ele é diferente”, revelou Prandelli, que comemorou que o AVC (Acidente Vascular Cerebral)já foi superado por Cassano. “Disse-lhe que na situação em que ele se encontrou, deve se considerar um afortunado, porque se tivesse acontecido há dez anos, o final teria sido outro”.
Por meio de uma carta publicada no site do Milan, Cassano agradeceu todo o apoio e carinho que tem recebido desde que sofreu o AVC, domingo passado. Na lista de abraços especiais, porém, está até o técnico do Real Madrid, José Mourinho, mas não está Prandelli.
“Desejo expressar o meu agradecimento pessoal e de toda a minha família pelo extraordinário carinho que me foi demonstrado nestes dias. Dificuldades e tristeza não foram sentidas com tantas manifestações de solidariedade, vindas de todas as partes do mundo. O presidente (da Itália) Silvio Berlusconi, (o presidente do Milan) Adriano Galliani, (o técnico do Milan) Massimiliano Allegri, a equipe médica, os meus companheiros de equipe e todo o Milan estiveram sempre muito próximos de mim”, agradeceu Cassano, que completou: “Me agrada dedicar comovido agradecimento a todo o Real Madrid, em especial ao presidente Florentino Pérez e ao treinador José Mourinho”.
Na carta, Cassano avisa que ficará um período de repouso em casa, torcendo “colado na televisão” pelo Milan, pela seleção italiana, e acompanhando a situação de Gênova, “a cidade que carrego no meu coração”, e que vive estado de calamidade depois de sofrer com enchentes no final de semana – ele defendeu a Sampdoria, time local. Por fim, disse que, assim como Gênova, também irá se recuperar tão logo seja possível.
A ausência de Cassano cria sério problema para Prandelli, que também perdeu seu outro atacante titular, Giuseppe Rossi, que precisou passar por uma cirurgia no joelho e vai ficar parado por seis meses. O treinador vai ter que encontrar uma nova formação ofensiva já nos dois próximos amistosos, contra Polônia e Uruguai. Suas opções para estes dois jogos são Balotelli, Giovinco, Matri, Osvaldo, Pazzini e Pepe. Apesar da pressão de boa parte da opinião pública, ele mais uma vez não convocou Di Natale, artilheiro do Italiano, mas que já tem 34 anos e não faz parte dos planos pensando na Copa do Mundo.
O Milan também já tenta achar soluções para o período que ficará sem Cassano. O argentino Maxi Lopez surge como primeira opção do clube.