A CBF deu catão vermelho para gandulas menores de 18 anos. Na verdade, foi uma ação determinada pelo Ministério do Trabalho, baseada no Regulamento Geral da Comissão de Erradicação do Trabalho Infantil. Para o MP, a utilização de gandulas menores constitui atentado ao princípio de legalidade e a supremacia dos Direitos Sociais.

Entretanto, pelo menos para o trio-de-ferro, a utilização de menores de 18 anos para “gandular” nos jogos não tinha necessariamente relação com a “exploração”. Pelo contrário, servia como incentivo aos garotos das categorias infantil e juvenil, já que os três clubes utilizavam atletas nos jogos.

“Era uma forma de colocar a garotada em contato com o clima dos jogos. O Rodriguinho, que se profissionalizou no clube, fez esse tipo de trabalho”, diz Márcio Silva, supervisor administrativo do Rubro-negro.

Já o Coritiba já terá que se adequar à nova determinação neste sábado, já que é mandante do clássico contra o Paraná Clube.

Segundo o supervisor Sérgio Ramirez, o clube também dava preferência a atletas das categorias infantil e juvenil para o trabalho de gandulas nos jogos no Couto Pereira. Mas não considera a determinação negativa, mesmo porque o clube já teve problema com gandulas muito jovens. Foi no jogo contra o Olimpia, pela Libertadores, em que a reposição ágil da bola oportunizou o gol adversário. “Os meninos do juniores são mais experientes. Será uma mudança natural”, acredita.

Revolta

Os meninos que faziam as vezes de gangulas ficaram desolados com a determinação. O lateral-esquerdo Bruno, de 14 anos, do infantil do Coxa, já havia trabalhado em mais de dez jogos. “É um trabalho muito legal, que nos coloca em contato com os jogadores, com a torcida. Agora não teremos mais isso”, lamenta.

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