Orlando kissner |
O bicampeão olímpico Maurício comanda no Colégio Positivo Júnior um projeto inovador no voleibol. |
Curitiba terá o privilégio de contar, em suas fileiras educacionais, com um dos únicos seis bicampeões olímpicos da história do Brasil (os outros são o colega Giovane, do triplista Ademar Ferreira da Silva e os iatistas Robert Scheidt, Torben Grael e Marcelo Ferreira).
Foi apresentado ontem, no Colégio Positivo Júnior, no Bigorrilho, o ex-levantador da seleção brasileira de vôlei, Maurício Lima. Ele irá comandar um projeto inovador, que alia esporte e inclusão social, permitindo a prospecção de novos talentos para o vôlei paranaense. Além do Centro Rexona-Ades, a capital irá contar com o Projeto Vôlei Positivo. Nos mesmos moldes do que foi formatado e é comandado pelo nadador Gustavo Borges, esta nova iniciativa tem em Maurício um ?espelho? para os futuros atletas.
Para o superintendente de ensino do Grupo Positivo, Renato Ribas Vaz, o projeto do vôlei segue os mesmos moldes do criado há dois anos, para a natação. ?A escolha pela modalidade se deu em função do apelo que o vôlei tem hoje no Brasil. É o segundo esporte mais importante do País e calhou, de o Maurício ter encerrado sua carreira e estarmos procurando um nome de peso para o projeto?, explicou Ribas, revelando ainda que o projeto tem como principal meta incluir num mesmo ?pacote? a escola de qualidade, que é o caso do Positivo, e o esporte. ?Sem dúvida, isso será um incentivo à formação de nossos alunos?, pondera Ribas Vaz, para quem o projeto cumprirá seu caráter social de inclusão, pois a peneira, a ser realizada em 27 e 28 de novembro, será aberta também a alunos de escolas públicas. ?Os melhores atletas das escolas públicas, desde que os pais se encaixem no perfil socioeconômico (a escola fará análise dos dados), receberão bolsa integral do Positivo, para se integrar ao projeto?, revela o superintendente.
Só poderão participar da escolinha de vôlei, os alunos que se dedicarem tão bem ao esporte quanto aos estudos. ?Será necessário que os alunos tenham boas notas para participar das escolinhas, tanto de vôlei como da natação?, revela Renato Ribas Vaz.
E para contribuir com a evolução dos atletas, será implantado um modelo de avaliação, o que é considerado uma inovação em se tratando da formação de categorias de base.
Se adaptando à aposentadoria
Com saudade dos tempos de jogador, mas feliz com a aposentadoria. O ex-levantador da seleção brasileira de vôlei masculina, Maurício Lima, de 37 anos, 23 dos quais dedicados ao desporto, e 18 defendendo a camisa da seleção brasileira, ainda se considera em período de adaptação à vida em família. ?Não sabia o que era almoçar em casa?, revela Maurício, que a partir desta semana, assume o comando do Projeto Vôlei Positivo, um programa de inclusão social e de revelação de novos talentos para o esporte, montado dentro das unidades educacionais do Colégio Positivo, em Curitiba, e que pretende atender até 300 crianças e jovens, entre 12 e 17 anos.
Para ele vencer este momento, no qual troca a quadra pela casa, a família tem sido fundamental. ?Posso curtir os filhos e a esposa?, conta Maurício.
O contrato entre o grupo educacional e o ex-atleta, vai até dezembro do próximo ano. Neste período, a direção do grupo vai tentar trazer toda a família de Maurício para a capital paranaense, pois ele ainda não se sente convencido a se mudar para Curitiba.
O próximo passo do projeto se dará no final do mês que vem. Entre 27 e 28 de novembro, haverá uma peneira, para escolher cerca de 60 crianças na faixa etária a ser atendida, para que recebam bolsas e possam integrar o Projeto Vôlei Positivo.
Maurício aceitou o convite pois se encaixou com o momento que vive. ?Ainda preciso encontrar uma identidade para minha vida. Pensava em ser dirigente, mas gostei do desafio de servir de espelho para o futuro do vôlei?, explicou o atleta, que considera a vida de atleta muito difícil neste momento de despedida. ?De repente alguém chega e tira tudo aquilo que você faz há um tempão. É muito dolorido. Mas é uma necessidade natural, pois é necessária uma renovação?, pondera o coordenador do projeto.