A Portuguesa corre o risco de perder suas taças. Uma pendência judicial entre o clube e o empresário João Sant’Anna pode terminar com o esvaziamento da sala de troféus do clube. Sant’Anna garante já ter até comprador para as taças. "Um torcedor fanático da Portuguesa, que pede para ter seu nome preservado", conta Cláudia Miksian Melkonian, advogada de Sant’Anna.
O advogado do clube, Valdir Rocha, garante que as taças ficam no Canindé. Mas os troféus já foram penhorados e serão avaliados nos próximos dias. "Se não houver pagamento, vamos pegar as taças de qualquer jeito", disse Cláudia.
Em 2001, Sant’Anna intermediou o acerto de um contrato entre o clube e uma empresa de material esportivo. Como pagamento, segundo a advogada, deveria receber cerca de R$ 130 mil. O clube não pagou, e Sant’Anna procurou a Justiça. Em 9 de setembro de 2003, a Portuguesa lhe ofereceu um acordo: pagaria R$ 66.340,00, em 15 parcelas de R$ 4.422,67. Como garantia, Sant’Anna pediu 11 troféus conquistados pelas equipes de futebol do clube, tanto profissionais quanto de categorias de base.
A Portuguesa aceitou. "O pedido me surpreendeu", conta o advogado do clube, Valdir Rocha. "É difícil medir o valor de um troféu. Seria mais fácil pedir um carro ou imóvel, algo que fosse mais fácil de transformar em dinheiro."
Mas Sant’Anna afirma que pediu os troféus justamente para chamar a atenção do clube. "Decidimos pedir algo que tivesse valor histórico mesmo.
A Portuguesa reconhece a dívida e garante que vai pagá-la – só não sabe quando. "Temos um cronograma de pagamento de dívidas", explica o advogado do clube. "Devemos cerca de R$ 60 milhões e há outras prioridades. Quando chegar a vez dele, vamos oferecer um acordo.
De acordo com Valdir Rocha, a Lusa não corre nenhum risco de perder os troféus. "Ainda existem fases do processo a serem discutidas", argumenta. "Nem queremos saber o valor dos troféus" diz Rocha. "Para nós, eles não têm preço.
