Luz no fim do túnel

Portugal e Gana duelam por muitos gols e motivação

Mais do que nunca, Portugal baseia sua tênue chance de classificação (precisa vencer por goleada e torcer contra os EUA) no rendimento de Cristiano Ronaldo, até agora bem longe da lista dos destaques desta Copa. O melhor do mundo em 2013 chegou ao Brasil sem condições físicas para uma disputa de alto nível. Ele entra em campo nesta quinta-feira contra Gana, no Mané Garrincha, em Brasília, pelo Grupo G, à frente de um grupo destroçado por contusões e desmotivado pela imensa dificuldade de passar às oitavas.

O drama português parece confirmar uma espécie de “maldição do melhor do mundo”, que tem afetado, Mundial a Mundial, todos que levam a Bola de Ouro. Desde que o prêmio da Fifa foi criado, em 1991, o melhor do ano anterior padece em Copas. A começar pelo italiano Roberto Baggio. Vencedor em 1993, chutou um pênalti para fora na Copa dos EUA, em 1994, e entregou o título ao Brasil.

Em 1998, foi o brasileiro Ronaldo. Fazia um ótimo Mundial e já marcara cinco gols quando, momentos antes da final, sofreu a convulsão que até hoje não tem explicação médica convincente. Na decisão, 3 a 0 para a França. A maldição prosseguiu em 2002. Figo, eleito o melhor em 2001, não passou da primeira fase com Portugal. E em 2006, quando Ronaldinho Gaúcho, premiado um ano antes, saiu da Copa sem marcar. Por fim, em 2010, Messi, o melhor em 2009, até jogou bem, mas não fez gols e viu a Argentina ser eliminada na goleada por 4 a 0 aplicada pela Alemanha.

MISSÃO – A tarefa de Cristiano Ronaldo nesta quinta é árdua. Não só pela dificuldade da classificação, mas pelas contusões no time de Paulo Bento. Desde o início da Copa, lesões tiraram de campo os laterais-esquerdos Fábio Coentrão e André Almeida, os atacantes Hugo Almeida e Postiga e o goleiro Rui Patrício. O zagueiro Pepe, expulso no jogo com a Alemanha, deve jogar. Em entrevista nesta quarta-feira, disse não ter agredido Thomas Müller, apesar das imagens mostrarem ele dando uma cabeçada no alemão.

Por causa das condições ruins do gramado do Mané Garrincha, Portugal treinou em um campo do Corpo de Bombeiros, o que indignou o treinador. Para Paulo Bento, a Fifa agiu mal ao transferir o local do treino e marcar o jogo para 13 horas, quando a temperatura em Brasília está em torno de 30 graus. “Por que raio vai fazer bem jogar a esta hora? Esta é a melhor solução para um jogador?”, perguntou o técnico, que negou a saída da seleção portuguesa após o Mundial. Bento disse que está acertado com a federação até o final da Eurocopa de 2016, independentemente da campanha na Copa.

Cristiano Ronaldo não deu entrevistas, mas treinou. Chamou atenção seu novo corte de cabelo: raspado nas laterais, com topete, ao estilo moicano. Sobre o joelho esquerdo o craque usou, mais uma vez, uma proteção.

ADVERSÁRIO EM CRISE – A seleção de Gana, que vive momentos conturbados – os jogadores cobram da federação pagamentos prometidos para a Copa -, mantém em segredo quem substituirá Muntari, atacante suspenso por ter levado o segundo cartão amarelo.

O treinador James Appiah disse nesta quarta que não decidiu o substituto. “Vou manter nosso sistema tático. Atacar quando tiver de atacar. Defender quanto tiver de defender. A campanha ruim de Portugal não significa que seja uma seleção fraca”, observou Appiah. Para Gana avançar, será preciso torcer por uma vitória da Alemanha sobre os Estados Unidos – e, claro, vencer Portugal.

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