O meia Kléberson, do Atlético, deverá mesmo ir para o futebol escocês após o Campeonato Brasileiro deste ano. Apesar do desmentido da direção rubro-negra, as negociações envolvendo o pentacampeão mundial estão adiantadas e esperando apenas o sinal verde dos acionistas do Celtic. A transação giraria em torno de US$ 9,5 milhões (cerca de R$ 30,5 milhões) e só não se concretizará caso algum clube faça uma proposta melhor nos próximos dias.
Segundo o empresário Éder Zenlucas, que está fazendo a intermediação entre os clubes, a proposta é oficial e só depende da anuência dos acionistas do clube escocês para que o martelo seja batido. “Nós estamos aguardando a resolução desse problema burocrático”, informa. Ele não arrisca falar em prazo, mas garante que com o Atlético as conversas já estão bastante adiantadas. Inclusive, ficou surpreso com a postura do presidente Mário Celso Petraglia, que desmentiu a informação nos veículos de comunicação. “Me admira ele dizer isso. Não é segredo para ninguém, o presidente do Celtic já deu entrevistas sobre isso a vários jornais da Escócia”, revela.
A reportagem apurou ainda que os contratos com o clube e com o jogador já estariam até assinados. E mais: que o seguro que garante a atuação do jogador no Brasileirão teria sido feito pelo próprio clube escocês. Do valor total da transação, US$ 8 milhões seriam para o clube (que dividiria a bolada com o PSTC) e US$ 1,5 milhão ficaria com o jogador, que ainda receberia um salário de mais de US$ 100 mil. Os valores não são exatamente aquilo que o clube esperava, mas Zenlucas garante que propostas melhores não vão aparecer tão cedo. “Não é uma má proposta. Se fosse um ano atrás nós estaríamos falando em US$ 20 ou 30 milhões. Até eu lucraria mais com isso, mas o mercado deu uma parada muito grande”, analisa.
Já o jogador continua jurando de pés juntos que não sabe de nada. “Só agora que fiquei sabendo dessa história de que já estaria vendido, mas não tem nada não”, disse ontem à Tribuna, antes do treino. Segundo ele, apesar dessa história de vai-não-vai, a sua tranqüilidade será mantida. “Independente dessa notícia, eu ainda tenho muito a cumprir aqui no Atlético”. Do misterioso futebol escocês, o Xaropinho até agora diz não saber nada. “Nem sei a língua deles como é que é nem para que lado que fica”, dispara.
Além do STJD, Douglas será punido “em casa”
A agressão do volante Douglas Silva, do Atlético, no lateral-esquerdo paranista Fabinho deverá render um gancho de 30 dias para o jogador. A tendência é de que ele seja enquadrado em dois artigos do CBDF e, por ser reincidente, pegue a pena máxima permitida. Ontem, a direção anunciou que o jogador também será penalizado internamente, mas não revelou detalhes desse castigo. Não bastasse isso, ele ainda responde a um inquérito policial.
Pelo cartão vermelho, Douglas deverá ser julgado no artigo 309 (ato de hostilidade contra o adversário) e pelo soco em Fabinho no 310 (praticar vias de fato contra companheiro de equipe ou componente de equipe adversária). No primeiro artigo, a pena é de uma a três partidas de suspensão e no segundo de duas a quatro partidas. Ainda no 310, “se da infração resultar lesão corporal grave, a pena será de suspensão de trinta a noventa dias”. No entanto, de acordo com a Lei Pelé, um jogador não pode ficar mais de 30 dias sem poder atuar.
Visivelmente abatido e constrangido com a situação, Douglas Silva conversou com a imprensa e disse estar arrependido por todo o episódio. “Quero aproveitar a oportunidade para pedir perdão a ele, que é uma excelente pessoa. Eu entrei em contato com ele, expliquei a situação e até ele falou que naquele momento estava de cabeça quente.” O volante sabe que vai ser punido com rigor pelo STJD e espera aprender mais uma lição com o episódio. “Isso prejudica a minha permanência na equipe e até a minha imagem. Eu vinha de uma expulsão contra o Santos e chegar no clássico e acontecer isso novamente fica chato.”
Treino
O técnico Valdyr Espinosa define hoje a equipe que enfrenta o Gama, amanhã à noite, às 20h30, na Arena. As dúvidas estão na meia-cancha. Espinosa aguarda a recuperação do volante Cocito, que saiu do clássico com dores musculares. Se ele não puder atuar, Alan será seu substituto. O mesmo Alan ainda disputa um lugar na equipe com Rodrigo para a vaga de Douglas Silva, que foi expulso. No ataque, Dagoberto tem presença garantida. Com isso, o time deverá formar com Adriano Basso; Alessandro, Ígor, Rogério Correia e Fabiano; Cocito (Alan), Kléberson, Rodrigo (Alan) e Adriano; Dagoberto e Kléber.