Tem sido prática no judô brasileiro preservar os melhores do País em algumas competições, para priorizar treinos e também para escondê-los do estudo dos rivais. Com Rafael Silva é diferente. O peso pesado ficou parado durante todo o segundo semestre do ano passado, foi passado por David Moura no ranking olímpico, e agora precisa correr atrás do prejuízo. No próximo fim de semana, vai disputar seu sétimo torneio seguido.

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Desde que voltou às competições no Grand Prix de Havana (Cuba), em 22 de janeiro, Rafael Silva só ficou de fora de uma competição para a qual a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) mandou equipe: o Aberto de Sofia, na Bulgária, na semana seguinte. Depois, não ficou fora de nenhuma convocação.

Recuperado, ganhou ouro nos Abertos de Lima (Peru) e Buenos Aires (Argentina) e, no fim de semana passado, faturou o bronze no Grand Prix de Tbilisi, na Geórgia. No domingo que vem, compete no Grand Prix de Samsun, na Turquia. Ali, terá como rival David Moura. O mato-grossense só competiu duas vezes no ano, ganhando o ouro em Sofia e o bronze no Grand Slam de Paris.

Como na Olimpíada cada país só pode ter um judoca por categoria, Rafael Silva e David Moura brigam por uma única vaga no peso pesado. A CBJ, que recebeu os convites destinados ao país-sede, é quem vai escolher entre eles, levando em consideração o ranking olímpico. Hoje, Moura tem uma vantagem de apenas 74 pontos.

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O Grand Prix de Samsun também é importante por ser a última competição antes do Campeonato Pan-Americano de Judô, que será no fim de abril, em Havana. A CBJ vai levar o melhor do ranking mundial em cada categoria, mais dois judocas “extras” no masculino e dois no feminino. Quem ganhar a chance de competir terá ótima oportunidade de pontuar no ranking.

Na categoria até 60kg, Eric Takabatake está pouco atrás de Felipe Kitadai no ranking mundial e vai ter a oportunidade de pular na frente. O mesmo vale para Rafael Buzacarini, da até 100kg, que precisa do ouro para passar Luciano Corrêa. Mas um bom resultado pode convencer a CBJ a levá-lo a Havana numa das duas vagas extras.

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A equipe masculina em Samsun também terá Charles Chibana (66kg), Alex Pombo (73kg), Victor Penalber (81kg) e Tiago Camilo (90kg), todos melhores brasileiros em suas respectivas categorias. No feminino vão Sarah Menezes (48kg), Mariana Silva (63kg), Maria Portela (70kg) e Rochele Nunes (+78kg). Só Rochele é a segunda brasileira da sua categoria, mas, em 22.º do ranking, ela tende a receber chance em Havana.

Até o fim do período de classificação para a Olimpíada serão mais quatro torneios, apenas: os continentais, o Grand Slam de Baku (Azerbaijão), o Grand Prix de Almaty (Casaquistão) e o Masters, em Guadalajara (México). Deste último só podem participar os 16 melhores do ranking mundial.