A Fifa anunciou nesta quarta-feira que a câmera de julgamento do seu Comitê de Ética considerou Eugenio Figueredo, ex-presidente da Conmebol e um dos ex-vices da própria entidade máxima do futebol, culpado de corrupção e revelou que ele foi banido por “toda a vida” de exercer qualquer atividade ligada ao esporte mais popular do planeta.
Por meio de um comunicado divulgado em seu site oficial, a Fifa informou que o ex-dirigente uruguaio, de 87 anos, violou o artigo 27 do seu Código de Ética, que fala sobre a prática de suborno. E o órgão destacou que a punição o proíbe de possuir um cargo ou desempenhar uma função “administrativa, esportiva ou qualquer outra tanto em âmbito nacional como no internacional”.
Para completar, Figueredo recebeu da Fifa uma multa de 1 milhão de francos suíços (cerca de R$ 4,1 milhões) como parte desta sanção. Ele foi condenado depois de ter sido investigado sob acusação de envolvimento em uma série de subornos durante o período entre 2004 e 2015, em práticas ilegais enquanto cumpria o papel de negociar direitos de TV e contratos de marketing de torneios organizados pela Conmebol.
Por fim, a entidade que controla o futebol mundial confirmou que a punição aplicada ao ex-dirigente entrou em vigor já nesta quarta-feira. Ex-membro de uma série de comissões da Fifa, ele também presidiu a Associação Uruguaia de Futebol (AUF), de 1997 a 2006, e entre 1993 e 2013 foi vice-presidente da Conmebol, da qual assumiu a presidência em abril de 2013, substituindo Nicolás Leoz.
Depois disso, em 27 de maio de 2015, Figueredo foi preso na Suíça como um dos vários dirigentes de peso do futebol mundial que foram detidos como resultado de uma investigação do FBI que apurava irregularidades cometidas por cartolas ligados à Fifa. Um deles foi o brasileiro José Maria Marin, ex-presidente da CBF, que cumpre pena em uma prisão nos Estados Unidos.
No escândalo, conhecido como Fifagate, a Justiça norte-americana acusou 42 pessoas e empresas de 92 crimes de aceitação de mais de US$ 200 milhões em subornos. Condenado pela prática deste tipo de ilegalidade, Figueredo teve a sua extradição pedida no Uruguai e nos Estados Unidos e, no fim das contas, ele acabou sendo extraditado para o seu país, em dezembro de 2015.