O judô, esporte individual que mais deu medalhas olímpicas para o Brasil, com 19 conquistas, vive uma fase pop fora dos tatames. Os medalhistas olímpicos se tornaram palestrantes requisitados, como é o caso de Rafael Silva, o Baby, que ganhou bronze no Rio. Mayra Aguiar revela receber mais pedidos de selfies do que antes. A modalidade ganhou até um reality show na TV aberta.
Começa no próximo domingo o programa “Ippon – A Luta da Vida”, que será exibido no “Esporte Espetacular”, da Rede Globo. Oito participantes escolhidos em treinamentos da equipe sub-21 mostram potencial para brilhar nos próximos Jogos Olímpicos. “A ideia é mesclar entretenimento com a essência, os valores e os princípios do judô”, diz o apresentador Flávio Canto, bronze em Atenas-2004.
As duas últimas campeãs olímpicas da modalidade, Sarah Menezes e Rafaela Silva, são as líderes dos dois grupos que vão se enfrentar na TV. Os atletas estão confinados no Parque Aquático Maria Lenk, e as lutas acontecem no Parque Olímpico. “É situação nova para mim, mas posso entender melhor o lado do treinador”, diz Sarah.
Três participantes ganharão uma viagem ao Japão, berço do judô e palco dos próximos Jogos Olímpicos, em 2020. O programa é também um encontro de gerações. Os novos talentos se encontraram, por exemplo, com Tiago Camilo, prata em Sidney-2000 e bronze em Pequim-2008, que está encerrando a carreira.
MUNDIAL – Depois das três medalhas no Rio, o judô tem o desafio de continuar com bons resultados a partir deste domingo, no Mundial de Budapeste – primeiro grande evento do novo ciclo olímpico. A Confederação Brasileira de Judô não estabeleceu meta de medalhas. A intenção é conhecer o nível da delegação brasileira e de alguns adversários até os Jogos de Tóquio, em 2020.
Rostos conhecidos como Mayra Aguiar, Erika Miranda, Rafaela Silva, Victor Penalber e Rafael Silva vão lutar pelo pódio com jovens promessas. Mayra, por exemplo, participou dos Mundiais em 2007, 2009, 2010, 2011, 2013, 2014 e 2015 e obteve medalha em quatro deles, incluindo um ouro na edição de 2014.
Bronze nos Jogos do Rio, ela vai em busca do bi mundial e não terá pela frente sua maior rival na categoria, Kayla Harrison, bicampeã olímpica que trocou os tatames pelo MMA. “As adversárias mais difíceis são as que me colocam para cima. Ela foi muito importante nessa caminhada”, comenta.
No início do ano, Mayra passou por uma cirurgia no ombro, mas já está 100%. “Esse tempo em que o atleta fica afastado dá mais gana. Fiz treinos de base mais fortes”, conta a judoca, ciente de que Kayla não estará na disputa, mas rivais da França, Japão, Holanda e Hungria são bem cotadas no Mundial.
Para ela, a delegação brasileira tem condições de fazer um bom papel. “A gente está com uma equipe cada vez melhor e mais forte. É um time jovem, mas também experiente. Eu completei 26 anos e sei a pressão que é. As conquistas anteriores nos favorecem bastante. A seleção feminina está com uma força muito grande e tem cada vez mais chance de se tornar maior. Que possamos trazer mais medalhas”, avisa.