Popó vence nos EUA e é campeão mundial dos leves

A superioridade técnica e física do brasileiro Acelino “Popó” Freitas no duelo com o usbeque Artur Grigorian, na madrugada de ontem, no ringue do Foxwoods Casino em Connecticut, foi indiscutível. A vitória unânime por pontos foi justa. Mas a atuação do experiente juiz Eddie Cotton colaborou para que a vantagem numérica nas papeletas dos jurados fosse ainda maior.

Cotton abriu quatro vezes a contagem para Grigorian: no quarto, sexto, sétimo e oitavo rounds. Mas, segundo críticos norte-americanos, apenas a primeira queda ficou caracterizada. As demais foram consideradas como “empurrões” ou “escorregões”.

Popó dominou totalmente o combate. O fato de ter subido de peso não prejudicou o preparo físico do brasileiro, que esbanjou movimentação. Encarar um oponente canhoto deixou de ser problema para o pugilista baiano. Girando pelo lado esquerdo, o campeão dos superpenas fugiu da canhota de Grigorian e conseguiu conectar bons golpes desde o início.

Popó, já no primeiro assalto, foi melhor numa troca de golpes a curta distância. No round seguinte atingiu a linha de cintura do adversário. No terceiro, os dois mais brigam do que lutam. Os jabs não foram usados.

No quarto assalto, após uma forte direita, que desequilibrou Grigorian, Popó acertou quatro golpes em seqüência e derrubou o lutador europeu pela primeira vez.

Após um quinto round de descanso, Popó retornou para o sexto com precisão nos golpes. Acertou dez na cabeça de Grigorian. Em um deles Popó pareceu empurrar o adversário, mas Eddie Cotton abriu contagem.

No sétimo assalto o panorama não se alterou. E mais uma vez Cotton abriu contagem, quando Grigorian reclamou ter sido atingido na nuca. O mesmo aconteceu no oitavo round, quando Popó, mais uma vez, pareceu empurrar a cabeça do adversário.

Nos quatro últimos rounds, Popó evitou a troca de golpes, enquanto Grigorian não teve força para buscar o nocaute salvador.

O desempenho do ex-campeão Grigorian foi abaixo da crítica. Após 12 rounds, o pugilista, que deteve o cinturão dos leves da Organização Mundial de Boxe por mais de sete anos, só acertou um bom direto de esquerda no rosto do brasileiro. Sem noção de distância, cansou de errar golpes e não conseguiu achar a cabeça do desafiante.

Título garante grandes desafios

O título dos pesos leves, versão Organização Mundial de Boxe (OMB), conquistado por Acelino “Popó” Freitas, na madrugada de domingo, no ringue do Foxwoods Casino, em Connecticut, nos Estados Unidos, garantiu ao pugilista brasileiro um futuro bastante promissor.

Com o terceiro cinturão mundial – o pugilista baiano também ostenta o título dos superpenas da OMB e da Associação Mundial de Boxe (AMB) -Popó vai garantir um bom contrato para seu próximo compromisso. Resta saber qual televisão norte-americana vai transmitir sua luta. O duelo com Grigorian foi o último pelo canal Showtime, que organizou os seis últimos combates. A rival HBO tem interesse em contratar o brasileiro e colocá-lo diante do norte-americano Floyd Mayweather, campeão dos leves pelo Conselho Mundial de Boxe (CMB), invicto em 31 lutas. Esta luta poderá render para o brasileiro uma bolsa de US$ 1 milhão.

Antes, o empresário Arthur Pellullo, que cuida da carreira do lutador nacional, planeja colocar Popó frente ao romeno Leonard Dorrin, dono do cinturão dos leves da Associação Mundial de Boxe (AMB). Trata-se de outro invicto. Em 22 lutas, venceu 21 e empatou uma vez.

Existe também a possibilidade de Popó voltar a lutar pelos superpenas e encarar o norte-americano Eric Morales, que protagonizou grandes duelos com o mexicano Marco Antonio Barrera. Outra opção será enfrentar o vencedor do duelo entre o cubano Joel Casamayor – derrotado por Popó em janeiro de 2002 – e o norte-americano Diego Corrales. Os dois já lutaram em outubro e a vitória foi de Casamayor.

Popó, o advogado Antonio Garrido e Pellullo estiveram reunidos ontem à tarde no quarto 401 do Foxwoods Hotel, local da luta, tratando do futuro do lutador brasileiro, que poderá ser anunciado ainda esta semana.

Popó terá duas semanas para decidir por qual categoria continua a defender seu título. Enquanto isso, ele vai passar os próximos sete dias em uma estação de esqui em Massachusetts com a mulher Eliana e a mãe.

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