A despedida do brasileiro Acelino “Popó” Freitas do boxe profissional, após cinco anos sem lutar, foi como ele desejava: por nocaute técnico, no nono assalto, contra o compatriota Michael Oliveira, 14 anos mais novo e até então invicto, apontado como promessa de sucesso, em Punta del Este, no Uruguai, ontem. A luta, de exibição, não valeu disputa de cinturão.
“Eu sou brasileiro não desisto nunca, estava parado e fui até o fim. Eu já cai e me recuperei. O campeão fez sua despedida”, disse Popó, ao SporTV. Esta vitória entra em sua carreira como a 33ª por nocaute, em 41 lutas, com 39 vitórias. “Melhor do Brasil em todos os tempos, tive o prazer de lutar com ele. A derrota me ensina a ser humilde como um campeão”, explicou Michael Oliveira, conhecido como “Rocky”.
Depois de um começo equilibrado, em ritmo de treino, Popó resolveu partir para cima do adversário no terceiro assalto, quando acertou um cruzado de esquerda, que fez Oliveira balançar e o árbitro abriu a contagem. A luta continuou com domínio do ex-campeão mundial, que manteve a iniciativa do ataque e sofreu até -sem querer- um golpe baixo no quarto assalto, quando sentiu dores e precisou que a luta fosse parada.
Foi a partir do quinto assalto que Oliveira começou a reagir e passou a atingir sequências de golpes em Popó, que mesmo aos 36 anos demonstrou ainda ter fôlego para uma luta, conseguindo se esquivar com boa distância. Nos pontos, inclusive, Michael Oliveira começou a ter melhor desempenho, com apoio de torcedores que gritavam sem parar ao lado do ringue, para casa cheia. No sétimo assalto Popó teve ótimas chances para derrubar Oliveira, com boas sequências de golpes, mas não conseguiu. Nos três últimos assaltos, com os dois mais cansados, a luta ficou mais aberta, e o baiano derrubou novamente o adversário no nono assalto, por duas vezes, para garantir a vitória.