A Itália chegou ao Brasil carregando nas costas um retrospecto recente muito ruim. A seleção não vence há sete partidas – o último triunfo foi em setembro de 2013, contra a República Checa -, com seis empates e uma derrota. E, nessas partidas, marcou apenas oito gols. Pior do que balançar pouco as redes é economizar nas finalizações. Nos sete jogos de jejum, a média de chutes a gol foi de apenas cinco.

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Se fosse em outros tempos, esses números não provocariam preocupação entre os italianos. A tradição da “Azzurra” é defender muito bem e não ser uma avalanche ofensiva. Mas Cesare Prandelli, que assumiu o cargo de técnico em agosto de 2010, trabalhou para mudar a cara da equipe. Ele montou um time com jogadores técnicos no meio de campo, e não com os tradicionais marcadores, para ver a Itália tomar a iniciativa.

Na entrevista coletiva desta sexta-feira, a primeira no Brasil, o treinador disse que anda faltando profundidade nas jogadas de ataque. A equipe fica com a bola, mas não consegue ser contundente como ele gostaria que fosse. E esse é o ponto a que ele dará mais atenção nos treinos em Mangaratiba (RJ).

Por causa da queda de rendimento, a seleção italiana desperta entre os torcedores menos paixão do que há dois anos, quando chegou ao vice-campeonato europeu. Depois daquela Eurocopa, a torcida e a imprensa eram só elogios à cara nova dada ao time por Prandelli, encantadas com a descoberta de que soltar as amarras podia ser bom. A lua de mel seguiu até a Copa das Confederações, principalmente porque a equipe encarou o Brasil e a Espanha – contra o rival europeu, caiu nos pênaltis na semifinal em um jogo em que teve as melhores chances durante o tempo regulamentar.

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HORA DE REAGIR – De lá para cá, foram apenas duas vitórias em 10 partidas e o nível das atuações deixou muito a desejar. Para reverter a situação em uma semana – a estreia contra a Inglaterra, em Manaus, será no próximo sábado -, o treinador confia não só em seu trabalho, mas também no fato de a Itália ter o costume de reagir nos momentos de adversidade e ir mais longe do que as pessoas imaginam.

“A história do nosso futebol mostra que o jogador italiano tem a tradição de dar boas respostas quando a situação é difícil”, disse Prandelli. “Os últimos resultados não foram bons e há desconfiança sobre o que podemos fazer aqui no Brasil, mas confio em meus jogadores e vamos trabalhar para que o povo italiano sinta orgulho da seleção e tenha prazer em nos ver jogar”.

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