Políticos ligados ao futebol não emplacam

A bola já foi mais influente no processo eleitoral paranaense. As eleições proporcionais garantiram mandato para quatro deputados de alguma forma ligados ao esporte, mas nenhum deles usou o vínculo como maior bandeira na corrida por votos.

A maioria dos parlamentares ligados à bola é formada por ex-cartolas. Max Rosenmann (PMDB), eleito para o sexto mandato consecutivo na Câmara Federal, foi diretor do extinto Colorado. O reeleito Odílio Balbinotti (PMDB) foi presidente do Grêmio Maringá e Alfredo Kaefer (PSDB) comandou o antigo Cascavel Esporte Clube e o Conselho Deliberativo do Cascavel Clube Recreativo, que atualmente representa a cidade. Ambos também ocuparão cadeiras no Legislativo Federal.

A Assembléia Legislativa terá agora Ney Leprevost (PP), ex-secretário de Esportes e Turismo de Curitiba. Já o senador reeleito Alvaro Dias não tem ligações históricas com o esporte, mas presidiu a CPI do Futebol no Senado.

Entre os esportistas frustrados no pleito de 2006 destaca-se Ricardo Gomyde (PC do B), que presidiu a Paraná Esporte (autarquia do governo estadual) desde o começo no mandato de Roberto Requião. Gomyde, que criou-se no movimento estudantil e lançou propostas esportivas como principal plataforma de campanha, obteve 62.019 votos e ficou com a segunda suplência de sua coligação para deputado federal.

O ex-presidente do Rio Branco, Mario Roque, teve a candidatura a deputado estadual impugnada pelo Tribunal Regional Eleitoral porque as contas de sua gestão como prefeito de Paranaguá foram desaprovadas pelo Tribunal de Contas do Paraná.

Já o vice-presidente do Paraná Clube, ex-vereador e ex-deputado estadual José Domingos (PSB), conseguiu 7.700 votos e não voltou à Assembléia Legislativa. ?Esperava um pouco mais do pessoal do esporte. Mas dentro da limitação de orçamento da campanha, restrita a Curitiba, não me sinto decepcionado?, falou o dirigente tricolor.

Cartolas fracassam nas esferas federal e estadual

Agência Estado

São Paulo – A emoção do gol ou de uma vitória no esporte nem sempre se traduz nas urnas. É o que se pôde constatar após as eleições de domingo, quando uma série de esportistas, dirigentes e ex-atletas tentaram passar pelo teste popular dos votos e nem todos foram bem.

A bancada da bola em Brasília naufragou sobretudo na figura de seu ?embaixador?, o presidente do Vasco Eurico Miranda. Dono de um estilo único, bonachão, debochado, o cartola tentou se eleger deputado federal pelo PP do Rio de Janeiro. Não conseguiu atingir o número necessário nas urnas: ficou em 30.531 votos.

A urna tem sido cruel até mesmo com quem muito já fez pelo futebol. É o caso do ex-atacante Reinaldo, que brilhou no Atlético-MG. Fazedor de gols dos mais talentosos que o Brasil já conheceu, ele foi um fiasco nas eleições em Minas. Sob a legenda do Partido Verde (PV) de Belo Horizonte, recebeu 21.931 votos em sua tentativa de se eleger deputado estadual. Outro que dançou, esse em São Paulo para deputado estadual, foi o presidente da Mancha Alviverde, Paulo Serdan. Conhecido sobretudo por comandar brigas em estádios de futebol, o torcedor teve 20.072 votos. Ainda na onda das torcidas organizadas, Fernando Capez teve sua candidatura impugnada. O promotor de São Paulo, que fez fama no combate à violência nos estádios, não teria deixado suas funções no Ministério Público.

Aprovados

Dois nomes da bancada da bola que ganharam notoriedade no mundo esportivo por denunciarem supostas falcatruas da CBF, Alvaro Dias (PSDB) e Aldo Rebelo (PC do B), passaram com louvor pelo teste popular. O candidato paranaense foi escolhido para o Senado, com 2.572.405 votos – uma marca expressiva. Enquanto Aldo foi eleito deputado federal por São Paulo com 169 mil votos.

E se Eurico Miranda, do Vasco, não passou, Zezé Perrella, do Cruzeiro, está garantido em Brasília para mandato de quatro anos. O cartola que, ao lado do irmão Alvimar Perrella, comanda as coisas da equipe mineira, será deputado federal (PSDB-MG). Ele obteve 69.148 votos.

Enquanto isso, dois ex-atacantes conseguiram goleadas na política regional. Foram eleitos deputados estaduais o vascaíno Roberto Dinamite (PMDB-RJ), com 49.097 votos, e Robson (PTB-PA), o Robgol, aquele mesmo que até outro dia fazia seus golzinhos no Paysandu, com 33 mil votos.

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