A Polícia Militar realizou ontem, em Curitiba, um megatreinamento de preparação para segurança em grandes eventos públicos, como a Copa das Confederações, em 2013, e a Copa do Mundo 2014.
A operação envolveu duzentos policiais e bombeiros, dois helicópteros e mais de 30 viaturas. O treinamento começou no Hotel Bourbon, no centro da cidade, com a simulação de escolta de autoridades até a Arena da Baixada.
Na passagem do comboio, várias ruas foram momentaneamente bloqueadas e o trajeto foi acompanhado por helicóptero. Na chegada ao estádio os policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) realizaram uma simulação de localização e desativação de artefato explosivo.
Na situação hipotética, o cão farejador localizou uma bomba instalada em um dos ônibus que compunham o comboio. A partir daí entrou em ação o Esquadrão Antibomba, que simulou a retirada e destruição do artefato.
Em seguida, os policiais combateram uma situação de distúrbio civil, onde um grupo de voluntários interpretou a invasão do estádio. Os “manifestantes” foram combatidos pelo Batalhão de Choque, que usa agentes químicos, bombas de efeito moral e armamentos específicos para este tipo de distúrbio para retirá-los de campo.
Em outra fase do treinamento, considerado pelo comandante do Bope uma das preparações mais importantes para eventos de grande porte, um grupo simulou um sequestro.
Dois homens armados fizeram quatro reféns em uma das salas do estádio. Os policiais militares iniciaram a negociação e conseguiram a libertação de duas das reféns.
Um dos “criminosos” decidiu se entregar, mas o outro o impediu e começou uma discussão entre eles. Na simulação um atingiu o outro no braço e foi “morto” por um atirador de elite – conhecido com sniper – posicionado estrategicamente a mais de cem metros de distância, do outro lado do estádio. Após o tiro do sniper policiais do Grupo Tático invadiram a sala e renderam o outro “criminoso”, libertando as reféns.
Caos no trânsito
Os policiais simularam ainda a contenção de um atirador, que teria realizado várias vítimas no interior do estádio. Para facilitar o atendimento, eles realizaram a descida de rapel para acessar as áreas superiores do estádio onde cidadãos estariam escondidos.
O secretario do Estado da Segurança Pública, Reinaldo de Almeida César, afirmou que a população deve se adaptar e se preparar para estes grandes eventos, uma vez que o trânsito, principalmente, pode ficar complicado em áreas isoladas pela polícia.
Na simulação, as ruas em torno do Hotel Bourbon tiveram trânsito complicado na manhã de ontem. “A população precisa se conscientizar de que Curitiba passou a ser destino turístico e de eventos. Se por um lado isso traz benefícios, por outros alguns desconfortos para a vida normal”, admitiu.
De acordo com o comandante geral da Polícia Militar, coronel Marcos Teodoro Scheremeta, o treinamento dos polícias é constante e agentes têm realizado cursos no exterior para garantir a segurança da cidade nestes grandes eventos. “Isto não se aplica somente à Copa do Mundo, mas a vários outros eventos que são realizados na cidade”, completou.