A Polícia Militar do Paraná vai formar um cadastro de torcedores, depois da onda de violência e depredação que ocorreu na cidade após o Atletiba do domingo passado. A medida foi anunciada ontem, em reunião com torcidas organizadas de Atlético e Coritiba e o Ministério Público Estadual.
O cadastro será feito a partir das informações que os clubes e que as torcidas organizadas já possuem. A partir daí, a polícia acredita que será mais fácil identificar e punir as pessoas que participam de depredações ou procuram briga com a torcida rival em dias de jogos.
“Vandalismo não é coisa de torcedor, mas de marginais que se aproveitam da camisa de um clube qualquer para se esconder na multidão”, declarou o coronel da PM Jorge Costa Filho, chefe do Comando de Policiamento da Capital.
A realização de jogos com torcida única foi descartada pela PM. “Não temos problema dentro do estádio ou em torno do campo, mas em diversos pontos da cidade. Com jogo de torcida única íamos responsabilizar torcedores que são corretos e o vandalismo iria continuar”, afirmou o comandante.
A PM solicitou à Urbanização de Curitiba S.A. (Urbs) o levantamento com os pontos da cidade que tiveram mais incidência de ações de vândalos para que o policiamento seja intensificado de forma localizada nos próximos clássicos.
“As pessoas envolvidas serão identificadas, qualificadas e será realizado termo de declaração de cada uma, independente de quanto tempo leve”, assegurou Costa Filho”. Antes, quando os ônibus eram parados, os passageiros recebiam apenas orientações.
Uma das principais dificuldades da polícia é identificar os autores no local do crime. “Por isso, estamos pedindo a ajuda da população que presenciar ações de vandalismo e pode filmar ou fotografar. Não queremos que o cidadão assuma o papel da polícia, mas que nos auxilie”, disse o coronel.
O material pode ser encaminhado para a PM ou, se a pessoa não quiser se identificar, o coronel indica que o cidadão pode procurar um veículo de comunicação para enviar as imagens.
“Com base no Estatuto do Torcedor, hoje conseguimos fazer com que a pessoa que cometa um ato infracional não vá mais aos jogos. Mas, se tivermos prova material, podemos até fazer com que se pague pelo prejuízo causado”, completa Costa Filho.
