Não foi somente a distância de dez quilômetros, o cansaço e as adversárias que Poliana Okimoto precisou superar para sagrar-se campeã da temporada 2009 da Copa do Mundo de maratonas aquáticas. Técnico e marido da atleta, Ricardo Cintra conta que uma das principais dificuldades da brasileira no mar está na violência das adversárias.
Com apenas 1,65m e 48kg, Poliana é vítima fácil de socos e cotoveladas das rivais, em geral donas de portes físicos bem mais privilegiados. “Ela apanha muito durante as provas”, conta o técnico, que tenta preparar a pupila com treinos de contato físico nos mares de Santos, onde reside o casal.
O caso mais grave se deu no Mundial de Nápoles, em 2006. Após surpreender ao ficar em segundo lugar na prova de 5km, Poliana passou a ser marcada de perto na disputa de 10km por Larissa Ilchenko, diversas vezes campeã mundial desde 2004. Na hora da largada, ao passar por cima da faixa que indica o início da disputa, a russa acertou uma cotovelada que estourou o tímpano da brasileira.
Aos poucos, porém, a experiência tem feito Poliana suportar melhor esse tipo de situação. “Antes, ela apanhava e ficava quieta, mas agora também bate. Já a vi até xingando, coisa que ela não costumava fazer”, confessa o treinador.