PM põe mão no apito e vira árbitro nacional

Exigente na parte disciplinar e cuidadoso na parte técnica, o soldado da Polícia Militar Ito Dari Rannov, 36 anos, é um dos três novos integrantes do quadro nacional de arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Além dele, passaram no teste a assistente Adriana Franzmann e o árbitro Ivan Carlos Bohn. Tanto Ito quanto Ivan apitam e bandeiram, Adriana no entanto, é apenas assistente.

Casado com Elza e pai de Vítor, Victória e Vinicius, Ito Rannov realizou seu maior sonho ao chegar ao quadro nacional. Ex-jogador profissional (defendeu o Toledo na primeira metade dos anos 80), o soldado é uma das melhores promessas do quadro de arbitragem do Paraná, sendo o primeiro PM.

Em 85 encerrou precocemente a carreira profissional em virtude de uma contusão grave. Mas seguiu jogando na liga amadora de Marechal Cândido Rondon, onde permanece morando até hoje. Defendeu as equipes do Flamengo, Guarani, Novo Horizonte entre outras, onde jogou até 1991. O que o inspirou a parar foi o mesmo motivo que o levou a pleitear uma vaga no quadro de árbitros da Federação Paranaense de Futebol: o fato de, na maioria dos torneios que disputou, ver que os jogos eram decididos fora das quatro linhas. “A arbitragem nem sempre era isenta”, explicou Ito, que partiu então para combater o problema de dentro do campo e com apito em punho.

Para superar o problema de ter que deixar de lado suas funções no serviço público (policiais militares normalmente precisam cumprir plantões nos fins de semana, quando são disputadas as partidas de futebol) Rannov presta um serviço diferenciado à comunidade de Marechal Cândido Rondon. Ele trabalha junto às escolas públicas e privadas da cidade, sendo instrutor do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência. Com esta função ele cumpre períodos integrais (manhã e tarde) de segunda a sexta-feira e assim consegue tempo livre para arbitrar partidas de futebol.

“No trabalho junto às escolas, atendemos entre 400 a 500 crianças por semestre. Este projeto é coordenado pelo capitão Welington Alves da Rosa, comandante da 3.ª Companhia”, explica Ito Rannov.

Ciente das dificuldades de ser escalado, o novo integrante do quadro nacional revela que o próximo jogo é sempre o mais importante da carreira, embora tenha apitado partidas como Atlético-PR 2×1 Prudentópolis, válido pela semifinal do Paranaense de 2002. “O que mantém você em evidência e com chances de ser escalado é o trabalho que realiza na partida que está apitando. Para mim, o mais importante é ter um bom desempenho no confronto que vou dirigir.”

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