O treino do Botafogo foi mais uma vez tumultuado, nesta terça-feira, quando um grupo de cerca de 20 torcedores tentou invadir o Estádio do Engenhão, mas foi impedido pela Polícia Militar. Foi a última atividade do elenco antes do duelo com o Goiás, nesta quarta, às 19h15, contra o Goiás, no Rio, pela 24.ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Os manifestantes foram até o setor Norte do estádio, chutaram os portões e xingaram os seguranças presentes. Uma viatura da PM, que passava pelo local, se aproximou e houve troca de ofensas. Com a chegada de mais três carros de policiais, o grupo se dispersou.
Na quarta-feira passada, pelo menos 15 torcedores do Botafogo invadiram o treino para protestar contra os maus resultados da equipe alvinegra. O então técnico Eduardo Barroca chegou a conversar com os invasores, que tiveram a sua saída do local pedida pelo gerente de futebol do clube, Anderson Barros, que acabou não sendo atendido.
Na sexta, outro grupo de cerca de 30 torcedores foi até a sede do clube em General Severiano para protestar contra a diretoria. Foi liberada a entrada dos manifestantes, mas nenhum dirigente estava no local.
O Botafogo não vence há cinco rodadas no Brasileiro. São quatro derrotas (para São Paulo, Bahia, Fortaleza e Fluminense) e um empate (com o Ceará). A última vitória foi em 8 de setembro, quando bateu o Atlético-MG por 2 a 1. A equipe soma 27 pontos, em 12.º lugar.
O auxiliar técnico Bruno Lazaroni, que assumiu interinamente o comando do time do Botafogo, defendeu nesta terça-feira Eduardo Barroca, demitido após a derrota para o Fluminense, no clássico de domingo. “A responsabilidade é muito grande de estar trabalhando nessa instituição. É importante dizer que eu estava totalmente comprometido, alinhado, sendo muito leal, compartilhando as decisões junto ao Barroca. É um momento que todos nós somos culpados, não apenas o treinador que toma as decisões naquele momento”, disse o interino em entrevista coletiva.
Segundo Bruno, filho do técnico Sebastião Lazaroni, só as vitórias vão mudar a situação do time. “Os jogadores e demais membros da comissão técnica, todos nós temos nossas responsabilidades e poderíamos, de uma forma ou outra, termos feito uma coisa a mais e melhor para que ele permanecesse. A decisão foi tomada e cabe a nós agora tentarmos reverter esse quadro de resultados.”
E o interino indicou que não deve promover grandes alterações na equipe para este jogo contra o Goiás, apesar de ser o primeiro após a demissão de Barroca. “Eu compartilho das ideias, da forma, estava presente nas decisões do dia a dia, então é tentar resgatar os bons momentos que nós tivemos, trabalhar com simplicidade e sinceridade, mostrar a eles (jogadores) que são capazes. Temos que aumentar nosso repertório ofensivo e melhorar nossa parte defensiva, mas isso é muito mais na conversa, mostrando vídeos e passando confiança, porque já fizeram coisas boas”, ressaltou.