Vem mais confusão por aí por causa do risco de confronto entre torcedores em dia de rodada do Campeonato Paulista. Desta vez, o motivo do temor é que a tabela marca para domingo o jogo entre Santos e Linense para as 16 horas, no Pacaembu, e a partida entre Corinthians e Mogi Mirim para as 18h30, no Itaquerão.

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Existe o receio de que corintianos e santistas se peguem em pontos da cidade, no metrô e estações de trem, e por isso a Polícia Militar solicitou à Federação Paulista de Futebol a alteração do local do jogo do Santos, mas a entidade não parece disposta a atender o pedido.

Inicialmente, Santos e Linense jogariam na Vila Belmiro. Mas a diretoria santista, pensando em obter uma melhor arrecadação, tentou levar o encontro para uma cidade do interior. Como não apareceram interessados, pediu então que a partida fosse realizada no Pacaembu e a FPF aceitou. A PM é contra, porque considera haver risco de confronto.

“Pedimos à federação para mudar o jogo do Santos. Não dá para fazer dois jogos desses. Estamos aguardando a posição da entidade”, disse o tenente-coronel José Balestiero Filho, comandante do 2.º Batalhão de Choque. Ele espera resposta até quinta-feira. “Se não for mudado, vamos estabelecer um plano operacional para os dois jogos.”

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Pelo menos até esta segunda-feira a FPF estava propensa a manter a tabela. “Estamos estudando, mas por enquanto nada muda. São jogos de times grandes contra equipes do interior, não deverá haver problemas”, considera o coronel Isidro Suita, diretor do departamento de competições.

Para o Santos, o jogo será no Pacaembu. “Não acredito em alteração porque a solicitação de mudança foi feita há muito tempo”, disse o presidente do clube, Modesto Roma Júnior.

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O Ministério Público tentará intermediar um acordo. “Vou conversar com o comandante do 2.º Batalhão de Choque e com a federação. Se não houver mudança, vai ser preciso estabelecer um plano de segurança muito bem feito por causa dos dois jogos”, entende o promotor Paulo Castilho.

FORMAÇÃO DE QUADRILHA – O enquadramento por formação de quadrilha de torcedores presos em brigas é um recurso que poderá vir a ser usado no Estado de São Paulo. Essa é uma das ideias que estão sendo discutidas pelo Ministério Público com a Secretaria de Segurança estadual e com o Tribunal de Justiça. A proposta é de que seja estabelecida uma política específica para tratar da violência no futebol.

Na semana passada ocorreu uma reunião dos promotores Paulo Castilho (Juizado Especial Criminal) e Roberto Senise (Consumidor) com o secretário estadual de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, e com representantes do Tribunal de Justiça em que se discutiu a elaboração dessa estrutura voltada para o combate à violência no futebol. “O secretário Alexandre será o articulador dessa política de Estado. Queremos ir na causa da violência e não trabalhar com ações pontuais”, disse Castilho.

Um dos objetivos é que seja criada uma estrutura que tenha o juiz do torcedor (alguém familiarizado com o comportamento das torcidas) e promotores especialistas no tema. Com isso, acredita-se, ficará mais fácil combater a violência. (colaborou Sanches Filho)