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PM critica ação de Cuca para proteger invasor: ‘Interferência irresponsável’

Um dia após a participação do Santos na Copa Libertadores terminar em confusão, vandalismo e conflito entre torcedores e policiais no estádio do Pacaembu, a Polícia Militar divulgou nesta quarta-feira uma nota oficial em que critica o comportamento dos jogadores e do técnico Cuca, que tentaram “proteger” alguns torcedores que invadiram o gramado.

Cuca se envolveu em uma confusão com a PM, que estava imobilizando um torcedor que conseguiu pular no gramado ao tenta tirá-lo das mãos da polícia. E o seu comportamento foi classificado como “irresponsável” pela PM.

“A Polícia Militar lamenta a tentativa irresponsável de interferência do técnico e de alguns jogadores do Santos Futebol Clube, durante ações técnicas do policiamento de choque para conter invasão de torcedores da equipe ao gramado do Pacaembu, na noite desta terça-feira”, disse.

Na avaliação da PM, a ação de Cuca e dos jogadores santistas servem como incentivo ao comportamento agressivo dos torcedores. Além disso, poderia causar problemas mais graves e até uma “tragédia”.

“Espera-se desses profissionais uma atitude oposta, no sentido de não incentivar os atos praticados pelos torcedores, facilitando o trabalho dos policiais militares, que estavam ali para garantir e manter um ambiente seguro para todos, incluindo os próprios jogadores, comissão técnica e torcedores. Atitudes como estas podem provocar uma reação em cadeia e uma invasão generalizada ao gramado, o que poderia resultar numa tragédia”, acrescenta a PM.

A polícia ainda assegurou que a ação de imobilizar os torcedores era necessária e foi adotada com conhecimento para não provocar ferimentos. “É importante ressaltar que os policiais militares empregados neste tipo de contenção são todos atletas altamente capacitados e treinados em artes marciais, justamente para imobilizar pessoas em conduta antissocial, sem lhes causar ferimentos ou qualquer tipo de sequela”, afirma a instituição de segurança.

Em balanço inicial, a Secretaria Municipal de Esportes e Lazer de São Paulo apontou que foram destruídas mais de 60 cadeiras do setor laranja da arquibancada do Pacaembu. Além disso, parte dos alambrados foram amassados, os banheiros tiveram as torneiras quebradas, bem como alguns banheiros químicos foram vandalizados. Também foi constatado que parte do gramado sofreu avarias devido aos artefatos jogados antes da partida ser interrompida.

Perto do fim do segundo tempo do duelo entre Santos e Independiente, que estava 0 a 0, dois sinalizadores explodiram próximos ao banco de reservas do clube argentino. O incidente levou o árbitro chileno Julio Bascuñan a paralisar o jogo e posteriormente encerrá-lo diante da dificuldade da PM em conter a confusão. O jogo entre Santos e Independiente foi suspenso aos 36 minutos do segundo tempo, de acordo com a Conmebol. E o caso será analisado pelo tribunal disciplinar da entidade, o que pode provocar punições ao torcedor.

A revolta dos santistas teve relação direta com outra decisão da Conmebol. Horas antes do jogo de volta das oitavas de final da Libertadores, a entidade puniu o clube com o placar desfavorável de 3 a 0 no duelo de ida em função da escalação irregular do uruguaio Carlos Sánchez no confronto disputado em Avellaneda e que havia terminado 0 a 0. E a igualdade sem gols no Pacaembu provocou a eliminação do Santos nas oitavas de final da Libertadores.

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