A Polícia Militar trabalha com duas possibilidades para identificar a causa que teria provocado os incidentes envolvendo torcedores do Corinthians após o clássico contra o São Paulo, no último domingo, no Morumbi. Uma bomba explodiu no caminho que os cerca de 5 mil torcedores faziam para sair do estádio.
Uma das possibilidades é que a bomba de fabricação caseira tenha sido arremessada de um estacionamento privativo do São Paulo próximo ao portão 15 do Morumbi. Sua explosão causou susto, temor e corre-corre. Eram todos corintianos. “Mas como o estacionamento recebe torcedores dos dois times, não temos como afirmar categoricamente que a bomba foi atirada por um são-paulino. Seria o mais lógico, mas não há como garantir isso”, explicou o tenente-coronel responsável pelas operações de segurança, Hervando Luiz Veloso.
A diretoria do São Paulo diz que o estacionamento é autorizado a receber somente diretorias e conselheiros do clube. E descarta a possibilidade de a bomba ter partido do local.
A outra probabilidade trabalhada pela PM acusa os próprios torcedores do Corinthians, que teriam entrada no estádio com a bomba que foi detonada. “Como achamos outras duas bombas na parte em que os corintianos estavam, podemos imaginar que havia uma terceira com eles que acabou explodindo acidentalmente”, disse o tenente-coronel, ressaltando tratar-se apenas de suposições ainda.
No corre-corre provocado pela explosão da primeira bomba, um corintiano de torcida uniformizada teria incitado os demais a partir para cima dos cinco policiais que acompanhavam a saída. “Vamos matar esses policiais! Vocês vão morrer! Vocês vão morrer!”, teria dito o torcedor que puxou a fila contra os PMs, segundo relataram os próprios policiais ao comandante. “Foi a partir daí que os meus homens dispararam três bombas (duas de efeito moral e uma de gás lacrimogêneo)”, disse o tenente-coronel Veloso. As bombas provocaram mais tumulto.
Quem estava atrás queria sair e quem enfrentou os policiais recuou. Pessoas foram pisoteadas. Treze homens e quatro mulheres foram levados a hospitais da região com ferimentos mais graves. Um torcedor teve de passar por uma cirurgia às pressas no Hospital do Campo Limpo. Seu estado de saúde era estável, mas até a noite desta segunda-feira ele permanecia internado em observação.