O presidente da União Européia de Futebol (UEFA), Michel Platini, mostrou-se contrário a um possível boicote das Olimpíadas de Pequim em decorrência da repressão militar do governo chinês contra os monges tibetanos. Platini comparou a situação com a Copa do Mundo de 1978, jogada na Argentina sob uma ditadura militar.
"Deveríamos ter pensado antes sobre um boicote aos Jogos Olímpicos ao outorgar a sede à China. Agora já é tarde e não é justo que só os atletas paguem o preço. O que a indústria está fazendo?", disse hoje o dirigente francês ao jornal italiano La Repubblica, criticando entidades esportivas e outros setores por não tomarem partido na campanha contra a violência estatal na China.
Segundo Platini, "a situação lembra o Mundial de 1978, quando os intelectuais diziam que a França deveria ficar em casa porque uma ditadura governava a Argentina". O ex-jogador da seleção francesa esteve no país para disputar o campeonato mundial. "O mundo está igualmente um aviso à China", já que "não se pode ficar calado diante das violações dos direitos humanos ou da violência no Tibete", afirmou.