Platini aciona CAS após ter apelação contra punição rejeitada pela Fifa

Dois dias depois de ter recurso contra punição aplicada pela Fifa rejeitada pelo Comitê de Apelações da entidade, Michel Platini acionou oficialmente a Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês), nesta sexta-feira, com o objetivo de anular a suspensão de 90 dias que o impede de fazer campanha à presidência do órgão que controla o futebol mundial.

Fora da lista de cinco nomes que tiveram suas candidaturas aprovadas para a eleição marcada para acontecer em 26 de fevereiro do próximo ano, Platini ainda tem esperança de participar do pleito. Presidente suspenso da Uefa, o dirigente recebeu a mesma punição de Joseph Blatter, também atualmente impedido de cumprir o seu último mandato como presidente da Fifa depois da revelação do pagamento de US$ 2 milhões feito pelo suíço ao francês, em um depósito que ocorreu nove anos após um suposto trabalho feito pelo ex-jogador para o mandatário da Fifa.

Após uma investigação apontar a existência deste pagamento, Platini e Blatter foram suspensos em outubro e agora o francês decidiu recorrer ao máximo tribunal esportivo mundial em uma tentativa derradeira de anular ou, na pior das hipóteses, ao menos atenuar a sua punição.

Os advogados de Platini, que necessitam da cooperação da própria Fifa para acelerar o caso, afirmaram, por meio de um comunicado, que dizem “confiar que a CAS emita uma decisão muito rapidamente, dado o que está em jogo” nesta questão.

Atualmente, estão confirmados como candidatos à presidência da Fifa Ali Al Hussein, Salman Bin Ebrahim Al Khalifa, Jérôme Champagne, Tokyo Sexwale e Gianni Infantino, este último secretário-geral da Uefa, que abriria mão de concorrer ao cargo se Platini fosse liberado a participar do pleito.

Ainda se espera que Blatter e Platini compareçam em dezembro ao juiz de ética da Fifa, Joachim Eckert. A Procuradoria Geral da Suíça também abriu um processo penal contra Blatter por suspeita de má gestão do dinheiro da Fifa.

Autoridades federais suíças também interrogaram Platini na sede da entidade máxima do futebol mundial, no último dia 25 de setembro, e estão tratando o francês neste caso como um homem que está entre ser “uma testemunha e uma pessoa acusada”, segundo o procurador-geral Michael Lauber.

As suspeitas que recaem sobre Platini são de que o pagamento de US$ 2 milhões feito ao francês seria uma forma que Blatter encontrou para convencer o presidente da Uefa a não disputar as eleições presidenciais da Fifa em 2011, o que o ex-jogador nega, além de alegar que a transação financeira foi legal. Os investigadores, porém, alertam que o caso ainda implicaria numa falsificação do balanço financeiro da Fifa, que jamais incluiu o valor em seus informes.

Na última quarta-feira, quando Platini teve sua apelação negada pela Fifa, os seus advogados criticaram a investigação promovida pela entidade e a qualificaram como “excepcionalmente unilateral, injusta e parcial”. Para completar, a defesa do francês disse que a entidade “está organizando, e já nem sequer esconde, uma estratégia deliberada e inaceitável para atrasar a campanha de Michel Platini à presidência da Fifa”.

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