Foto: Aliocha Maurício/Tribuna

Obra do novo colégio pode ser embargada pela Prefeitura.

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Quando tudo parecia resolvido, um novo impasse envolvendo a Organização Educacional Expoente pode atrasar a conclusão do Estádio Joaquim Américo. A obra da nova sede do colégio, no bairro Água Verde, corre o risco de ser embargada pela Prefeitura por não estar de acordo com a Lei de Zoneamento da Capital. Vereadores e representantes da instituição de ensino já correm atrás de uma solução para o impasse, que atinge indiretamente o Atlético – já que o colégio pode bater o pé e voltar atrás na intenção de abandonar a sede adjacente ao estádio no final de 2006.

O novo Expoente, situado na Rua Pedro Augusto Menna Barreto Monclaro, esquina com Almirante Gonçalves, fica a duas quadras da sede atual. Esta curta distância separa enorme diferença legal – o zoneamento atual de Curitiba só permite a construção de residências naquela área.

Quando o terreno foi comprado pelo Expoente, há cerca de 20 anos, havia ali um barracão industrial – que à época era permitido na região. Como a lei mudou depois da compra, o barracão, por direito adquirido, ainda poderia funcionar. ?O problema é que a lei de urbanismo exige a derrubada do barracão para construção do colégio. Mas, com isso, o Expoente perderia este direito adquirido?, afirma o presidente da Câmara de Vereadores de Curitiba, João Claudio Derosso (PSDB), que ontem, em companhia dos vereadores Mário Celso Cunha (PSDB) e Sabino Picolo (PFL), reuniu-se com o proprietário do colégio, Armindo Angerer, para debater o tema.

Por conta do impasse, o colégio mantém a obra em ritmo lento – ainda está na fase das fundações. Assim, dificilmente o Expoente conseguiria concretizar a mudança este ano, conforme planejava quando costurou acordo com o Atlético para deixar a sede atual. ?Não sabemos os exatos termos do acordo, mas existe a possibilidade de o colégio tentar permanecer na sede atual?, afirma Derosso.

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Para buscar uma solução, os vereadores tentam agendar para hoje uma reunião com o prefeito Beto Richa e o secretário municipal de Urbanismo, Luiz Fernando Jamur. Um dos trunfos do Expoente é uma consulta popular, na qual moradores do entorno do novo colégio dizem não se opor à construção. ?Se houvesse posição contrária da população seria difícil. Avaliaremos se há condições legais de construir o colégio sem perder o direito adquirido?, afirma o presidente da Câmara.

O problema surge em momento totalmente impróprio para o Rubro-Negro, que negocia com o BNDES a abertura de linhas de financiamento para conclusão de seu estádio, já adequando-se às normas da Fifa para a Copa do Mundo de 2014. Só que, para isso, precisa do terreno onde hoje funciona o colégio. Com ou sem financiamento estatal, o Furacão planejava iniciar as obras na Baixada no início de 2007.

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Tabela dá uma mãozinha

Se a fase não é das melhores, ao menos a tabela do Brasileirão deu uma bela forcinha para o Atlético. Nas duas próximas rodadas o Rubro-Negro enfrenta Vasco, no Rio, e Flamengo, em Curitiba – times muito mais preocupados com a final da Copa do Brasil. Boa oportunidade para a equipe da Baixada recuperar o embalo das rodadas anteriores à Copa do Mundo.

O Vasco, por exemplo, já antecipou que usará um time reserva diante do Furacão, domingo, às 16h, em São Januário. Os titulares serão poupados para o confronto decisivo da Copa do Brasil, na próxima quarta-feira. Ontem, na reapresentação da equipe cruzmaltina, quase não houve menção à partida contra o Atlético – jogadores e comissão técnica dedicaram-se apenas a lamentar a derrota por 2 x 0 para o maior rival, no primeiro jogo decisivo da Copa do Brasil.

O resultado de anteontem, inclusive, foi teoricamente favorável ao Atlético. Com uma mão na taça, o Flamengo tem tudo para comemorar o título na próxima quarta – e assim enfrentar o Atlético no domingo seguinte, dia 30, em clima de festa. Se for surpreendido, por outro lado, pega o rubro-negro paranaense em crise e com cobranças.

Nos discursos atleticanos, como era de se esperar, ninguém fala em facilidade. ?De jeito nenhum. Foi com o time B que o Vasco ganhou do Flamengo (na rodada passada do Campeonato Brasileiro). Independente de jogarem com time A, B ou C, ficaremos vidrados no Vasco?, falou o zagueiro João Leonardo. De fato, os reservas vascaínos têm colhido resultados surpreendentes – como uma vitória sobre o Grêmio, em Porto Alegre. Já o técnico Givanildo de Oliveira quer os jogadores alheios à condição dos adversários.

?Se Vasco e Flamengo estão na Copa do Brasil, o problema é deles?, falou. Com ou sem decisão, os clubes de maior torcida do Rio da Janeiro têm motivos históricos para respeitar o Furacão. O Flamengo tem desvantagem nos confrontos contra o Atlético em campeonatos brasileiros – ganhou oito, perdeu nove e empatou cinco. E foi o Rubro-Negro da Baixada o responsável pela maior goleada já sofrida pelo Vasco no Nacional – 7 x 2, em Curitiba, na edição do ano passado. (CS)