O plano alemão para dominar o mundo do futebol nasceu no início deste século e passa de maneira marcante pelo presente. O novo slogan da seleção, que será levado para a Copa da Rússia, deixa claro a dimensão de sua ambição: “Die Besten ruhen niemals”, ou seja, “os melhores nunca descansam”.
Nos últimos dez anos, já foram investidos 1 bilhão de euros (cerca de R$ 4,1 bilhões) para atingir esse objetivo e, enquanto o treinador Joachim Löw busca a melhor formação para a Copa do Mundo da Rússia, seus auxiliares e dirigentes da federação alemã planejam a próxima década. A academia de Frankfurt faz parte desse planejamento.
Especificamente sobre a seleção, três princípios estão em mente: renovação constante, foco total na técnica e jamais permitir que a equipe dependa de uma ou duas estrelas para garantir resultados. O próprio time alemão que enfrenta o Brasil nesta terça-feira, em Berlim, reflete isso. Menos de um terço dele esteve em campo ou no banco naquela vitória histórica por 7 a 1.
Um dos símbolos desse novo time é Leroy Sane, que ganhará uma chance contra o Brasil. Ele credita que o time da Alemanha de 2018 se desenvolveu em comparação ao de 2014 e que é um dos favoritos para vencer a Copa. “Temos uma boa combinação de atletas mais novos e outros com experiência, o que permite que não se sinta tanta pressão”, explicou.
Do time que goleou o Brasil no Mineirão, apenas dois jogadores podem estar em campo amanhã: Kroos e Boateng, além de Draxler e Ginter que estavam no banco em 2014.
Ninguém na federação ousa dizer que a Alemanha vencerá pela quinta vez a Copa. Mas ficar de fora da semifinal na Rússia já será considerado um fracasso.
Em 2017, dois torneios indicaram que os planos estariam em bom caminho. Mesmo com um time B, a Alemanha conquistou a Copa das Confederações e três dias depois outro time alemão venceu a Euro Sub-21. Nos últimos anos, a coleção de troféus dos alemães não deixa dúvidas: campeão em 2014, campeão mundial Sub-21 em 2009 e campeão sub-19 em 2014.
A base do trabalho foi focar a preparação na técnica, desde a infância dos futuros craques. Todos os clubes de primeira e segunda divisão foram obrigados a abrir academias para juvenis. E foram criados 300 centros pelo país, com o objetivo de identificar talentos.