“Piti” de Massa faz Ferrari trocar engenheiro

Há duas semanas, Felipe Massa saiu zangado de seu carro em Imola, assim que terminou o treino que definiu o grid para o GP de San Marino, e enfiou o dedo na cara de Gabriele Delli Colli, seu engenheiro de pista.

Ele reclamava do momento em que foi mandado para suas voltas lançadas. Schumacher fez a pole e ele largaria em quarto.

Para quem está chegando agora, é o tipo de atitude que pega mal numa equipe que zela tanto pela hierarquia como a Ferrari. Mas pode-se dizer que Felipe tem padrinhos fortes no time – no caso, Nicolas Todt, seu empresário, filho de Jean Todt, diretor-geral da equipe. O resultado do "piti": em Nürburgring, neste fim de semana, Delli Colli já não veste mais o uniforme vermelho.

Massa pressionou e a Ferrari mudou seu engenheiro. Agora quem passa a trabalhar com ele é o inglês Rob Smedley, que trabalhou na Jordan de 2001 a 2003 e desde 2004 vinha exercendo a função na equipe de testes de Maranello. Delli Colli, que milita na F1 desde 1997, quando estreou na Minardi (passou também pela Jordan e pela Sauber), estava na equipe desde 2002. Foi afastado e deverá perder o emprego. Era quem cuidava do carro de Rubens Barrichello até o ano passado.

"É importante existir uma sintonia entre piloto e engenheiro, e a equipe tomou comigo a decisão de trocar. Eu trabalhei bastante com Rob na pré-temporada, no Bahrein, e nos demos muito bem. É uma mudança para melhor", disse o brasileiro.

Para um piloto, o engenheiro é o porto seguro num fim de semana de corrida. É com ele que de discutem acertos e estratégias, é com ele que se tiram as dúvidas, e a confiança no homem que fica nos boxes é essencial. "Gabriele era excelente, mas dois latinos trabalhando juntos não dá muito certo. Um engenheiro precisa passar tranqüilidade para o piloto e isso não estava acontecendo", justificou Massa.

Hoje vai ser possível notar se a mudança vai frutificar, com a definição do grid do GP da Europa, quinta etapa do Mundial, em Nurburgring, Alemanha. O treino acontece a partir das 9h de Brasília. Ontem, nos treinos livres, o mais rápido foi Alexander Wurz, piloto de testes da Williams. Massa nem andou de manhã e de tarde ficou avaliando pneus. Terminou em 14.º, Schumacher foi o terceiro mais rápido e Fernando Alonso, líder do Mundial, ficou em segundo.

Treinos podem mudar

O formato da classificação pode mudar para o GP da Espanha, daqui a uma semana. Em entrevista ao jornal italiano "La Gazzetta dello Sport", Bernie Ecclestone afirmou que, se todas as equipes concordarem, a categoria pode alterar o sistema da superpole na próxima etapa do Mundial.

No formato atual, os pilotos passam mais da metade do tempo destinado à definição dos dez primeiros fazendo voltas lentas para gastar gasolina e tentar voltas rápidas no fim, com o carro leve. A gasolina gasta é recolocada para a corrida.

Rubens balança

De acordo com reportagem publicada ontem pela Folha de S.Paulo, Rubens Barrichello está balançando na Honda. A cúpula da montadora em Tóquio estaria descontente com os maus resultados do brasileiro, questionando se ele vale o alto salário que recebe (mais do que Button, 13 pontos, contra dois de Rubens). Já haveria gente defendendo a promoção de Anthony Davidson a titular.

Rubens responde

Falando sobre o assunto ontem na Alemanha, Barrichello disse que não está acontecendo nada de anormal no time. "Não tem ?auê? nenhum aqui", garantiu. Mas falou que na F-1 sempre existe uma pressão "para que a gente faça aquilo que é capaz de fazer". "Todos estão entendendo na Honda que ainda preciso me adaptar ao carro", concluiu o piloto, 15.º colocado no treino da tarde.

Quer pagar quanto?

Boato do dia de ontem em Nurburgring: a Midland, sucessora da Jordan, estaria à venda. Seu dono, o milionário russo Alex Shnaider, já teria até estipulado preço: US$ 55 milhões. Como a FIA definiu em 12 o número máximo de equipes para a categoria, e a 12.ª vaga será da Prodrive em 2008, quem quiser entrar terá de comprar algum time existente. Pelo preço, não vão faltar interessados.

Podia ser pior

Franck Montagny estreou ontem como piloto titular da Super Aguri no lugar de Yuji Ide. Logo de cara, virou tempos muito próximos aos de Takuma Sato. No treino da tarde, ficou menos de meio segundo atrás. Ide costumava levar 2 ou 3 segundos, por volta, de seu companheiro de equipe. Montagny, que já foi piloto de testes da Renault, espantou-se com o carro da Super Aguri: "Achei que seria mais lento".

Kimi dá pistas

As especulações sobre o futuro de Raikkonen arrefeceram, o que indica que não deve demorar muito um anúncio oficial confirmando sua transferência para a Ferrari. O finlandês evita falar no assunto, mas ontem disse que sua escolha não é muito difícil. "Só há três equipes de ponta, portanto, não será nenhuma surpresa o que eu decidir. O dinheiro não será muito diferente em nenhuma delas." 

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