Piquet fala em F1 já em 2004

Nelson Ângelo Piquet ainda é menor de idade, mas sabe bem o que quer da vida. Campeão sul-americano de F-3 domingo, quatro provas antes da última etapa, o herdeiro não se empolga. Aos 17 anos, faz planos de chegar à Fórmula 1 em até dois anos e avisa que este foi só o primeiro de muitos títulos. Ontem, por telefone, o filho do tricampeão mundial de F1 Nelson Piquet se mostrou mais disposto a falar do que de costume. Sem falsa modéstia, afirmou ser um dos melhores pilotos da categoria. Disse quem são os inimigos e ainda se defendeu da tese de que seu carro, da Piquet Sports, é tão bom que faria qualquer um chegar ao título.

Agência Estado

– Qual a sensação de ser campeão?

Nelsinho Piquet

– Não mudou nada. Vou continuar me esforçando do mesmo jeito. Foi só o 1.º de vários que virão. E espero ganhar mais corridas até o fim do ano.

AE

– Sexta-feira, você não estava eufórico com a possibilidade do título. Agora também não. Porque a vitória foi folgada?

Nelsinho

– Sou quieto, não sou de festa. Vou comemorar quando ganhar algo mais disputado.

AE

– Foi “moleza”?

Nelsinho

– Isso para quem viu só o resultado. Mas trabalhamos muito, descobrindo um monte de coisas que os outros não descobriram.

AE

– O carro é tão bom que foi o fator mais importante? Um piloto pior se daria bem?

Nelsinho

– Tem o papel do carro, da equipe, meu, do engenheiro… No ano que vem, com outro piloto vamos ver o que ele fará.

AE

– Disputar a corrida com a asa traseira quebrada provou que você é bom? Atrapalhou muito?

Nelsinho

– Não muito, mas o carro perdeu estabilidade nas curvas. Com a asa boa, acho que passaria o (Danilo) Dirani (vencedor no domingo. Nelsinho foi 2.º).

AE

– Antes da corrida, o piloto Wagner Ebrahim disse que o grid todo faria o possível para evitar o título, por causa dos testes irregulares da Piquet Sports. Você sentiu isso?

Nelsinho

– Se falou, foi da boca para fora. Não poderia ter feito nada. Eu e o Dirani abrimos tanta vantagem que parecia outra categoria. Não me preocuopei.

AE

– Há esse tipo de complô? Você fica isolado?

Nelsinho

– Tem uns que provocam o ano todo, falam mal da minha família…

AE

– Quem?

Nelsinho

– O pessoal de Brasília.

AE

– Da equipe Amir Nasr?

Nelsinho

– É.

AE

– O que seu pai falou sobre o título?

Nelsinho

– Ele mandou os parabéns.

AE

– Mais uma prova de que faltou emoção nessa conquista?

Nelsinho

– Podia não ser no Rio de Janeiro, mas que eu seria campeão não tinha dúvida.

AE

– Você diz que vai correr na F-3 Inglesa no ano que vem, mas ainda não sabe em qual equipe. Como é isso?

Nelsinho

– Não fechamos contrato, mas estamos conversando com duas ou três equipes. Faltam detalhes.

AE

– E para a F-1, quanto tempo?

Nelsinho

– Se eu começar a ganhar várias corridas no ano que vem e pintar uma oportunidade boa, talvez eu vá. Mas se eu estiver apanhando, talvez tenha de ficar dois anos.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo