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Pioneiro, clube israelense promove igualdade em cidade marcada por conflitos

Em uma cidade marcada por conflitos causados pela intolerância, o Hapoel Katamon luta para promover a união em Jerusalém. Com uma mentalidade moderna e que começa a ganhar força em um país tradicional e conservador, o clube da segunda divisão de Israel é pioneiro em questões relativas a religião, gênero e sexualidade.

Criado em 2007, o Hapoel é diferente de boa parte dos times desde sua administração, feita exclusivamente por torcedores. “Temos muitas vantagens, mas também desvantagens, principalmente financeiras”, explica o atual presidente do clube, Uri Sheratzky.

São 150 voluntários que driblam a falta de verba para manter vivo um clube que sonha em ver Jerusalém mais acolhedora para todas as pessoas. Desde sua fundação, o time da capital fez questão de recrutar tanto atletas israelenses quanto palestinos. “Tentamos promover a igualdade”, resume Sheratzky.

Para que tal atitude seja possível, o Hapoel tem uma regra principal que não pode ser descumprida. “Não falamos de política. Se você fala de política em Jerusalém, pode estar morto em cinco minutos. Um começa a odiar o outro, que não fala mais com o outro e por aí vai. Então, estamos fazendo política sem falar de política”, conta o presidente.

O clube também se tornou pioneiro no futebol feminino, ao ser o primeiro de Jerusalém com um time para mulheres. A aposta nas garotas vem desde a base e mostrou resultado em campo no ano passado, quando o time sub-16 conquistou a Copa de Israel da categoria e deu o primeiro título nacional do Hapoel.

“Antes do nosso clube, se uma mulher quisesse jogar futebol em Jerusalém, era impossível. Era um esporte de rapazes, especialmente na cidade. Muitas garotas religiosas queriam jogar, então foi criada a equipe, que é uma das principais de Israel na atualidade”, se orgulha Sheratzky.

A mais recente ação de integração do clube foi também uma das que mais causou polêmica. Nos últimos meses, o Hapoel passou a exibir as cores do arco-íris, símbolo do orgulho LGBT, nas bandeiras de escanteio em jogos importantes realizados na sua casa. “Fez toda Israel falar sobre isso, houve uma grande polêmica. Mas não ligamos para isso”, garante o dirigente.

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