Pintado vai esconder o jogo do Delegado

?Só não me perguntem sobre a formação do time?. A frase do técnico Pintado, antes da coletiva, dá bem o tom do clima que já começa a tomar conta do Paraná Clube. Sábado é dia de clássico e o treinador já avisou que não pretende dar nenhuma dica sobre o esquema tático ou as peças que irá utilizar frente ao Atlético, às 18h10, na Vila Capanema. Até mesmo a rotina de treinamentos será alterada, não com portões fechados ou outros subterfúgios. ?Apenas será uma semana sem coletivos?, revelou Pintado.

O técnico paranista confirmou que irá preparar o time de outra forma, com treinos específicos e sem os tradicionais coletivos. Um contraponto em relação àquilo que Pintado vinha implementando desde a sua chegada. Na semana passada, quando tinha como objetivo acertar o 4-4-2, chegou a realizar três trabalhos táticos. Indagado sobre a mudança na rotina, o treinador não fez rodeios. ?A proximidade do inimigo me obriga a mudar?, comentou. ?Não vou dar informações para o Lopes?.

Pintado vai adotar nova estratégia de treinamentos, mas não fechará as portas da Vila Capanema – ou de outros locais utilizados pelo clube para seus treinamentos. ?A forma como o Atlético conduz seu dia-a-dia não é problema meu. Mas, aqui, não tenho nada a esconder. Só vou guardar a escalação até o último instante?, afirmou o treinador, que de antemão já tem dois desfalques certos.

O volante Beto e o meia-atacante Éverton estão suspensos pelo terceiro cartão amarelo. Pintado ainda depende do departamento médico para escalar o volante Adriano. ?Independente disso, já tenho o time escalado. Mas, na minha cabeça?, afirmou. Se a formação, teoricamente, mais ofensiva, com quatro atacantes natos, não empolgou, ao menos cumpriu as ordens táticas. Para Pintado é uma equipe a ser trabalhada mais intensamente, ao longo deste Brasileiro. Para o clássico, com a possível volta de Daniel Marques, a tendência é a opção pelo 3-5-2, apesar das dissimulações de Pintado. ?De uma coisa tenho certeza: na próxima rodada o Atlético não terá pela frente um adversário apático como O Palmeiras?, finalizou o comandante paranista.

Muita pimenta pra esquentar a semana do clássico

O último duelo terminou com uma grande festa tricolor. Com a vitória inédita por 3×1, no Joaquim Américo, o Paraná eliminou o Atlético e chegou à final do Paranaense. Mais de dois meses se passaram, os times sofreram mudanças e nem os treinadores são os mesmos. Mas o clima de rivalidade sobreviveu a essas alterações e o jogo de sábado será um tira-teima para se apontar – ao menos no momento – o melhor time do Estado no Brasileirão.

Pintado, sobre o tema, preferiu enaltecer o momento do futebol paranaense, que coloca seus dois representantes entre os sete melhores do País, até o momento. ?É o melhor aproveitamento dentre todos os estados que disputam a Série A. Mérito para todos que trabalham no futebol paranaense, que a cada ano vai comprovando a sua força, mesmo sem ser badalado nos outros centros?, disse Pintado. ?Por tudo isso, acredito num grande jogo, com casa cheia?.

O zagueiro Daniel Marques, recuperado das dores lombares e animado com a possibilidade de voltar ao time, confirma que o clima de rivalidade se intensificou nos últimos anos. ?Os dois clubes vêm travando uma disputa à parte. Nos últimos anos, o Paraná fez ótimas campanhas e isso acirrou o duelo. Sem dúvida, será um jogo quente?, assegurou. Até mesmo atletas recém-chegados à Vila Capanema já entraram no espírito do clássico.

?É proibido perder. Como diz o presidente, jogando com o time da rua de baixo, não dá para dar mole?, comentou o atacante Vandinho, mas equivocando-se no ?endereço?, já que o Atlético, nos bastidores da Vila Capanema, é chamado de ?o time do fim da rua?. Explica-se, os dois clubes têm como endereço a Rua Engenheiros Rebouças.

Artilheiro do Brasileirão é o principal destaque no mercado da bola

Foto: Valquir Aureliano

Josiel afirma que tem recebido muitos telefonemas, mas só sai pra um grande centro europeu.

Tudo começou como um boato – na maior comunidade do clube no orkut -, mas tomou proporções maiores e no início da noite informações davam conta de que Josiel estaria ?se despedindo? do Paraná Clube. O jogador tratou de desmentir a notícia, garantindo que está focado no clássico frente ao Atlético. Só não esconde que o assédio tem sido grande e que há tempos vem recebendo telefonemas de representantes de clubes do exterior.

?Não me envolvo nisso. Passo tudo para meu empresário?, disse o atacante. Josias Cardoso, que ainda cuida dos interesses do atleta, o mantém informado sobre possíveis transações, mas a diretoria do Paraná Clube nega que já tenha recebido qualquer oferta oficial pelo artilheiro do Campeonato Brasileiro.

?Nossa intenção é não nos desfazermos de ninguém. Tenho dito, desde o início, que o objetivo é brigar pelo título brasileiro?, afirmou o diretor de futebol, Durval Lara Ribeiro.

O clube, inclusive, está mobilizado para quitar a última parcela da compra de Josiel junto aos representantes do Inter de Santa Maria-RS.

A partir do início de julho, o Tricolor seria dono de 90% dos direitos financeiros do atleta, que teria para si os outros 10%. ?Todo jogador, diante de uma boa proposta, vai balançar. Mas, tenho uma certeza: para sair do Paraná, tem que ser um negócio muito bom, não apenas financeira, mas também tecnicamente. Não quero sumir do mercado?.

Aproveitando o momento, como artilheiro do campeonato – com 7 gols – Josiel admitiria uma transação, desde que para um grande clube do futebol europeu. ?Não penso em ir para centros menores. Mas, isso é assunto lá pra frente. Hoje quero me concentrar apenas nos treinos e nos jogos, pois o objetivo é chegar à liderança do Brasileiro?, finalizou Josiel.

A janela para transferências internacionais será entre os meses de julho e agosto.

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