Foto: Valquir Aureliano

No 4-4-2, Márcio Careca não apoiará como de costume, pois Pintado quer atenção redobrada na marcação.

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Pintado construiu sua história no futebol com muita simplicidade. Não tinha vergonha em ser o ?carregador de piano? daquele time do São Paulo, que no início dos anos 90 conquistou a América e o Mundo. Agora, como técnico, trata de blindar o grupo diante de eventuais badalações. Se o Paraná Clube está bem colocado – na sua visão -, é resultado de um trabalho do grupo e descartou de pronto o rótulo de ?quarteto fantástico? para o novo setor ofensivo do time.

Diante do Sport, amanhã – às 18h10, na Vila Capanema -, o Tricolor vai mesmo jogar no 4-4-2. Um sistema, na teoria, que tornará a equipe mais ofensiva, capaz de envolver a marcação adversária. Pintado confirmou a entrada de Éverton, que formará com Vandinho, Vinícius Pacheco e Josiel o novo setor ofensivo, mas não ficou plenamente satisfeito com o rendimento da equipe. Parou seguidamente o treino, fazendo observações e tentando corrigir o posicionamento de alguns jogadores.

Para não levar sustos, quer zagueiros, laterais e volantes muito atentos à marcação. ?Não podemos nos desorganizar. Marcando forte, vamos dar sustentação para os jogadores de frente?, comentou Márcio Careca, que desta vez não deverá apoiar com tanta intensidade. Pelo que se viu no treino, quando em posse de bola, o Paraná se posiciona praticamente com três atacantes, tendo Vandinho e Vinícius Pacheco – e às vezes Éverton – atuando como ponteiros. ?Na verdade, quero muita mobilidade desses quatro atacantes, que não devem guardar posição?, revelou Pintado.

Em muitos momentos, os atacantes estavam posicionados no meio-de-campo, tentando recuperar a bola. Pintado ainda tenta, aos poucos, aumentar o tempo de posse de bola da equipe. ?Por característica, nossos atacantes buscam sempre a jogada em velocidade, na direção do gol. Às vezes, é importante cadenciar mais o jogo para não ficar correndo atrás?, comentou.

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Mesmo tendo testado na véspera a presença de Joelson no meio-de-campo, Pintado optou mesmo por escalar um ataque mais rápido e leve diante do Sport.

A possibilidade de manutenção do sistema com três zagueiros, que prometeu testar, sequer foi aplicada no treino. Pintado, com um campo reduzido, tratou de fortalecer a equipe idealizada para esse jogo. ?Precisamos desta vitória e o time foi preparado para isso?, finalizou o treinador paranista.

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Gramado é ruim pros dois

?Ruim pra nós, pior pra eles?. Dessa forma o atacante Josiel analisou a condição do gramado da Vila Capanema. Mesmo com o acompanhamento de técnicos e utilização de grama de inverno, o piso do Durival Britto continua muito irregular e causa dificuldades para quem busca um bom toque de bola. ?Não dá para ficar pensando muito nisso. É buscar superação, com muita vontade?, afirmou Pintado.

Para o treinador, se as irregularidades do gramado comprometem o toque de bola, o jeito é buscar outras opções de jogo. Uma delas, a bola parada, continua sendo também um problema para o Tricolor. Sem um ?cobrador oficial?, o time tem em Joelson sua melhor alternativa em faltas. Mas para o chute direto. Falta ao Paraná uma maior eficiência em jogadas ensaiadas.

Frente ao Corinthians, em escanteios, o zagueiro Daniel Marques quase fez o gol. Mas, na média, a comissão técnica sabe que esse é um ponto a ser melhorado. ?Não é falta de treino. Acho que essa estatística se deve muito mais às nossas características?, lembrou Josiel, que já fez gol de cabeça (frente ao Náutico), mesmo não sendo esta a sua especialidade.

O Paraná aposta num empurrãozinho de sua torcida para superar esses problemas e voltar a vencer no Brasileiro.

?A nossa campanha é boa e com uma vitória vamos ficar bem-posicionados?, disse o ala Márcio Careca. Para Pintado, essa energia da arquibancada pode fazer a diferença, num jogo complicado. ?Será um jogo duríssimo. Talvez o mais difícil até aqui?, afirmou Pintado.