Pilotos desaprovam sistema de playoffs na Stock Car

O sistema de playoffs da Stock Car, criado em 2006 com o intuito de dar maior emoção às últimas quatro etapas do campeonato, nunca foi unanimidade entre os pilotos. Neste ano, ele corre o risco de perder o seu propósito, já que neste domingo Cacá Bueno pode conquistar o título em Brasília, o que tornaria a etapa do Rio Grande do Sul, no dia 6 de novembro, apenas uma formalidade.

Para isso, ele precisaria vencer a prova e torcer para que seu principal concorrente, Max Wilson, não chegue na segunda colocação. Mesmo com a possibilidade de conquistar o título, após superar a grande campanha de Tiago Camilo na fase de classificação, o piloto da equipe Red Bull Racing mostrou-se contrário ao atual regulamento e pediu a volta do formato anterior dos pontos corridos.

“Sempre fui contra os playoffs e não mudei de opinião. Os pontos corridos premiam quem teve mais méritos, favorecendo aquele que foi melhor ao longo do ano, em todos os circuitos e condições climáticas, e não apenas num período específico. E a aplicação dos descartes, um na fase seletiva e outro nos playoffs, é ainda mais absurdo. De repente, no ano que vem, podem vir com decisão na moeda, rifa, sei lá. Esporte deve ser sinônimo de competência, não de sorte. A verdade é que não existe categoria decente em nenhuma parte do mundo que use o sistema de playoffs”, declarou Cacá Bueno.

Apesar do claro descontentamento de Cacá, outros pilotos deram opinião contrária. Entre os que defendem o sistema está Xandinho Negrão. No entanto, até mesmo os defensores do atual regulamento, apontam a necessidade de mudanças. “Gosto da ideia das superfinais. Mas acredito que o número de participantes poderia ser ampliado dos atuais 10 para 12”, apontou.

Ricardo Maurício foi outro piloto a apresentar argumentos contra o atual sistema de playoffs da Stock Car. “É preciso fazer mudanças porque estamos vivendo algumas situações estranhas. O Tiago Camilo, que está em quinto lugar, poderá até ser campeão se ganhar as duas corridas que faltam e o Cacá não fizer dois segundos lugares. Acho que as vitórias na fase seletiva devem receber bonificação em pontos, como existiu nos primeiros anos dos playoffs. E talvez a pontuação da fase final devesse ser alterada, diminuindo a diferença entre os classificados aos playoffs. Dessa forma, ninguém dispararia na classificação e o prejuízo de uma quebra ou abandono poderia ser descontado”, disse o atual terceiro colocado do campeonato.

Já Marcos Gomes gostaria de ver a última corrida do campeonato com regras especiais. “Já pensou fazer uma prova mais longa, como a Corrida do Milhão, com uma entrada obrigatória do safety car para reagrupar os carros na metade e com pontuação dobrada? Acho que seria legal. Mais ainda: nessa corrida, os dez finalistas partiriam nas cinco primeiras filas, obedecendo à ordem de cada um nos treinos classificatórios. Aí seria pau puro, da largada à bandeirada”, afirmou o piloto, que deixou claro que o sistema dos playoffs acaba promovendo injustiças.

“Os playoffs são ruins para quem domina as seletivas com grande vantagem, como ocorreu comigo em 2008 e com o Tiago Camilo neste ano. Agora, se o Cacá liquidar a fatura aqui (em Brasília), paciência. Parabéns para ele e para a equipe, que terão feito um trabalho melhor”, acrescentou.