Pilotos da Fórmula 1 se curvam ao jogo do Brasil

Nürburgring – Começou cedo o dia dos pilotos brasileiros ontem em Nürburgring. Três horas antes do início dos treinos livres para o GP da Europa, Felipe Massa, Rubens Barrichello e Enrique Bernoldi já estavam no autódromo vestindo camisetas oficiais da seleção brasileira, os três com o número 10 às costas, seus nomes estampados em verde sobre o fundo amarelo-ouro.

O jogo válido pelas quartas-de-final da Copa contra a Inglaterra concentrou todas as atenções no paddock e nos boxes. O motorhome da Sauber, equipe de Massa, acabou virando arquibancada. No auge da disputa, mais de 50 pessoas se acotovelavam no pequeno espaço para ver a vitória brasileira narrada por chatíssimos locutores alemães. Olhos grudados numa pequenaTV de 20 polegadas, o piloto sofreu com o gol de Owen, xingou Lúcio, que falhou no lance, vibrou com o empate de Rivaldo e explodiu de felicidade com o gol de Ronaldinho Gaúcho.

A alegria de Felipe durou até os 30min do segundo tempo, quando um engenheiro o chamou para discutir os acertos do carro que seriam feitos para os treinos. Ele saiu meio irritado, mas voltou correndo para assistir ao final do jogo. E já sem a camiseta, que foi tomada emprestada pelo sisudo Peter Sauber, dono do time. O dirigente suíço colocou também um boné verde arrancado da cabeça de um dos presentes e entrou no clima.

No primeiro dia de treinos para sua nona etapa da temporada, a Fórmula 1 se curvou ao futebol. Nos motorhomes de todas as equipes, as TVs permaneceram ligadas nos dois jogos de ontem. Depois de Brasil x Inglaterra, uma pausa para os motores roncarem, invadindo a primeira meia-hora de Alemanha x EUA jogo acompanhado com atenção, especialmente, por Michael Schumacher, que ia sendo informado do andamento da partida pelo painel digital de seu carro. Um mecânico da Ferrari foi especialmente designado para a função.

Já no cockpit, Massa fez com as mãos o sinal de “2 x 1” para as câmeras de TV. Na pista, um resultado discreto, 16º lugar. “Mas estou muito feliz pela seleção. O trabalho de hoje foi mais conhecer o novo traçado”, justificou. O mais rápido foi David Coulthard, da McLaren, com 1min31s886, um tempo cerca de 17s pior que o da pole do ano passado, por causa do acréscimo de 590 m na pista com a construção da Mercedes Arena, um trecho de quatro curvas lentas ao final da reta dos boxes.

A média de velocidade do escocês foi de 201,615 km/h, 17 km/h mais lenta que na pista antiga. Michael Schumacher, líder do Mundial, foi o segundo, a 0s155 de David. Kimi Raikkonen ficou em terceiro com a McLaren, seguido por Barrichello. “Acho que eles andaram em condição de classificação”, disse o brasileiro.

Rubens contou que viu o jogo do Brasil sozinho, porque o inglês Ross Brawn, diretor-técnico da Ferrari, “é muito grande”. “Estava difícil ficar no mesmo lugar que ele gritando. Preferi ficar só e só encher o saco dele quando saía gol”, contou. Para Barrichello, Ronaldinho Gaúcho foi o nome do jogo e não merecia ser expulso. E o time de Luiz Felipe Scolari não deve comemorar nada por antecipação. “Acho que Senegal é uma seleção perigosa e até a Coréia pode surpreender”, avaliou.

Hoje, por causa da Copa, os horários dos treinos foram alterados para que não se choquem com Senegal x Turquia. Assim, a sessão que vai definir o grid de largada para o GP da Europa começa às 7h15 (de Brasília).

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