Calça verde-escura, camisa verde-clara, cinto e sapatos beges. Havia certa ?elegância discreta? e muita alegria no palmeirense Jair Picerni, apresentado ontem como novo técnico do Palmeiras. Também pudera. “Este é o degrau mais importante da minha vida”, disse o treinador.

São Paulo (AE) – Confiança também não faltou. “Um time como o Palmeiras não pode cair para a Segunda Divisão. E se cair tem de voltar em seguida. Não pode ficar mais de um ano. Se a gente disputar a Segunda Divisão, minha meta será subir com o Palmeiras. Vamos lutar firme pelo título dos outros campeonatos que disputaremos.”

Apontou a mulher Fernanda como a responsável pela sua volta a um time grande. “Há um ano e meio, ela me chamou de canto e falou: ?e aí, vai cair na real ou não? Vai voltar para um grande ou não?? Então, resolvi voltar e me programei para isso. Não cheguei aqui por acaso.”

Picerni chega com contrato assinado de um ano e traz consigo o auxiliar-técnico Fred Smânia, que trabalhará também como preparador-físico. Dudu, cotado para ser auxiliar de Picerni, não foi confirmado. “Eu o conheço há muito tempo. É uma pessoa sensacional e que entende muito de futebol. Se o presidente pedir, aceito trabalhar com ele imediatamente.”

A promessa é manter o estilo, famoso por mostrar bom futebol, mas também pela escassez de títulos. “Sou alucinado por vitórias”, repetiu cinco vezes. “Quero um time de alta técnica, muita velocidade e bastante disposição para lutar pela posse de bola. Vamos jogar muito mais no campo do adversário do que no nosso.” Jair terá hoje uma reunião com o presidente Mustafá Contursi para tratar do grupo que dirigirá. Pedirá a contratação de um lateral-direito, um esquerdo, um zagueiro, um meia e um atacante. “Precisamos de jogadores que possam se adaptar a várias situações.”

Se disputar mesmo a Segunda Divisão, Picerni espera um reforço importante em sua luta. “Temos de ganhar todas no nosso campo. A torcida tem de ajudar, tem de lutar conosco. Os adversários têm de saber como é difícil enfrentar o Palmeiras. Quando eu jogava, sabia disso, eles também vão sentir. Nosso campo vai ser um alçapão.”

Renovado

O Santos não corre mais o risco de perder Leão para 2003. Numa reunião que durou três horas com dirigentes, num restaurante do Guarujá, o técnico renovou contrato por um ano. De acordo com as informações do diretor de futebol, Francisco Lopes, que esteve presente, o técnico, que teria começado as negociações pedindo aumento de 100%, passando de R$ 100 mil para R$ 200 mil mensais, livres de impostos, vai continuar com o salário atual, mas terá ganhos extras de acordo com a produtividade e objetivos alcançados pelo time.

A renovação deveria ter ocorrido no início da semana passada, mas acabou sendo retardada em razão de uma sondagem do Palmeiras. Outro motivo das negociações terem se transformado numa novela foi que Leão insistia em ser recompensado, com um salário maior na renovação, pela supervalorização do time, alegando que recuperou jogadores que estavam encostados e condenados a deixar a Vila Belmiro, além de se considerar o patrono da confirmação Diego e Robinho como jogadores fora-de-série, e descobridor de Alex.

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