Picerni tem consciência de que o início de trabalho não é nada animador. Semelhante ao do ano passado. Sem craques, sem elenco, sem uma base. O time apresentou três escalações diferentes nos três jogos que disputou neste começo de temporada e pode sofrer alterações novamente para a partida de amanhã, diante do Guarani. O desempenho da dupla de zaga, formada por Índio e Dênis, na quarta-feira, causou pânico nos palmeirenses.
E a exigência de mais dois reforços, depois do início do paulista e da Copa do Brasil, quando a comissão técnica já planejava estar com o grupo fechado, é prova da preocupação. O treinador admite a pessoas próximas que o elenco é bem limitado, embora não diga isso publicamente. Está aborrecido. Havia pedido antes da pré-temporada, a contratação de Ramón, Mancini, Dininho, Ricardo Oliveira. A diretoria não foi capaz de trazê-los. Chegaram os desconhecidos Dênis, Carlos Castro, Everaldo, Tony… “Foram algumas contratações de risco. O Everaldo, por exemplo, estava há cinco anos na Alemanha, e eu o tinha visto jogar apenas no início da carreira.” Sem grandes opções, foi obrigado a aceitá-lo.
O goleiro Marcos, única estrela do time, também mostra apreensão. Disse que não imaginava tantos problemas logo no início da temporada e confessou ter ficado surpreso com o fraco desempenho do time diante do Operário. Principalmente por ter sido um dos melhores em campo, num jogo em que não esperava ter trabalho. “Para eu ter aparecido tanto num jogo como aquele é porque alguma coisa está errada.” Em sua opinião, a defesa ficou exposta o tempo todo.
A diretoria do Palmeiras acredita que conseguirá regularizar a documentação do recém-contratado atacante Carlos Castro e, por isso, não precisará dispensá-lo. O empresário do colombiano, Manolo Lizana, afasta qualquer possibilidade de o atleta, de 32 anos, deixar o clube. Alguns conselheiros, porém, fazem pressão para que ele seja mandado embora. Acham que sua contratação foi esdrúxula.