Peyton Manning e Cam Newton travarão duelo de gerações no próximo Super Bowl

Houve um momento no jogo tenso que decidiu há oito dias a Conferência Americana (AFC) da Liga Nacional de Futebol (NFL) em que Peyton Manning parecia estar dizendo adeus ao velho Manning. Depois do apito final, com a vitória do Denver Broncos sobre o New England Patriots por 20 a 18, Manning ficou no meio do campo e foi cumprimentar Tom Brady, com quem manteve uma conversa que durou muito tempo segundo o protocolo, um momento muito particular, mas em público. Segundos depois, Manning manteve um papo similar com o treinador dos Patriots, Bill Belichick.

Em ambos os casos a sensação que dava era de despedida. Manning chegou mesmo a usar verbos no passado ao ser indagado sobre o que havia conversado, respondendo que havia dito a Brady e a Belichick que fora uma honra jogar contra eles. Um episódio que pode ter resumido uma época dentro das eliminatórias da NFL, um período que Manning, 39 anos, está prestes a deixar para trás.

O próximo jogo de Manning, no 50º. Super Bowl, será disputado em uma nova era do futebol profissional, e a prova disto estará do lado oposto, onde seu oposto do Carolina Panthers será o quarterback da nova era, Cam Newton.

Quando Manning entrou para a Liga Nacional de Futebol em 1998, entre seus rivais na posição estavam Troy Aikman, Dan Marino e Steve Young; seu atual patrão no Denver, John Elway, conduziu os Broncos a vitórias consecutivas no Super Bowl depois das temporadas de 1997 e 1998.

Nessa que poderá ser a última aparição de Peyton Manning num jogo importante, ele entrará em campo sabendo que o futebol profissional em breve dará um salto para a frente, com ou sem ele. E o próximo passo deve ser dado por Cam Newton em 7 de fevereiro no Super Bowl, na forma do jogo que é a sua marca, uma corrida ousada,

velocíssima, para o touchdown.

A menos que Manning, com seu planejamento meticuloso e astuto, sua grande habilidade, o toque do veterano, consiga impedir a marcha do tempo por pelo menos um dia mais.

O contraste entre os quarterbacks será o assunto principal. De um lado estará Manning, passador no velho estilo, fruto do futebol universitário e um ícone do futebol profissional. Joga em uma franquia estabelecida, o Denver Broncos, cuja primeira partida foi em 1960. Suas habilidades atléticas não parecem imensas, mas se centralizam no futebol, ou mesmo no quarterback. Se tem uma imagem pública conhecida é por causa do seu sucesso como garoto propaganda na TV – certamente não das comemorações após seus touchdowns ou first Downs.

Do lado oposto estará Cam Newton, cujo estilo de jogo está sempre evoluindo e se transformando, como uma startup de tecnologia encontrando novas maneiras de expandir. Newton é um híbrido de habilidades – passador, improvisador que consegue se deslocar rapidamente e Running Back. É grande, forte e rápido e provavelmente bom o suficiente para ser um atleta profissional em múltiplos esportes. Seu time, o Carolina Panthers, é um principiante na NFL, em comparação com o Denver Broncos, tendo jogado pela primeira vez 35 anos depois de Denver fazer sua estreia.

E Newton é conhecido por sua comemorações efusivas depois de grandes jogos e vitórias e também em qualquer das suas grandes proezas no futebol.

Este será o quarto jogo de Manning no Super Bowl e o primeiro de Newton. Manning traz em sua bagagem duas derrotas anteriores no Super Bowl, especialmente o desastre de uma derrota por 35 pontos há dois anos.

Newton traz consigo a mente calma dos não iniciados no Super Bowl. O tempo dirá se é uma vantagem ou uma deficiência. Será também o primeiro confronto de dois quarterbacks que foram primeiras escolhas na lista da NFL.

Há também histórias que não envolvem quarterbacks. O Denver ainda vem tentando reverter a sensação de má sorte no Super Bowl. Os Broncos perderam cinco em sete finais do campeonato com cada derrota por pelo menos 17 pontos.

Mas teve a melhor defesa na temporada regular em termos de jardas permitidas (283.1 por jogo) e cedeu apenas 18,5 pontos num jogo. O que desperta interesse é como será o desempenho do Denver Broncos contra o Carolina Panthers, que fez em média 31.2 pontos e 366.9 jardas na temporada regular.

Do lado dos fãs do New York Giants, a ascensão para o Super Bowl também vem lembrar que o cérebro por trás do seu sucesso é Dave Gettleman, gerente geral contratado pelo Panthers em 2013. Nos 15 anos anteriores Dave trabalhou na diretoria do New York Giants, especialmente como diretor de pessoal. Nenhuma organização consegue reter todo o seu pessoal de talento, mas nas próximas duas semanas – com o Giants tentando desesperadamente reformular uma equipe inferior – Gettleman, pelo menos em Nova York, será retratado como aquele que os deixou.

Mas no final o foco será nos quarterbacks. A comparação é simplesmente excitante e fascinante. É o velho frente ao jovem, o respeitado contra o não testado, o circunspecto versus o extrovertido. Prenúncio de semana interessante.

Se pelo menos o jogo for tão bom como se espera. TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

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