Dentro da prefeitura de Curitiba, já se esperava a decisão do Atlético em contestar o acordo tripartite (entre clube, município e Estado) do orçamento das obras de ampliação da Arena da Baixada para a Copa do Mundo. É uma briga que apenas está começando, e envolve um grande valor – afinal, a obra subiu de R$ 135 milhões para R$ 391,5 milhões. E desta grana, menos da metade está garantida pelo acerto triplo, ficando “sem dono”.
O plano inicial da construção da Arena apontava o menor orçamento os estádios da Copa. Foi uma cartada do presidente Mário Celso Petraglia, que teve sua tese de administração própria da obra aprovada no conselho deliberativo atleticano – vencendo as empreiteiras. O valor de 135 milhões de reais ficaria dividido entre a CAP S/A, a prefeitura e o governo do Estado – preço tratado hoje como subfaturado.
Mas com o passar do tempo, a Baixada foi tendo seu valor aumentado. Em 2011, um novo acordo chegou ao valor de 184,6 milhões – que é tomado como definitivo pela prefeitura e pelo governo. Depois, o preço foi subindo (ver quadro) até chegar aos R$ 391,5 milhões.
O Atlético quer garantir na Justiça que o acordo valha para o preço final. Na alegação rubro-negra, a demora nas aprovações de projetos no Legislativo, somada à inflação, gerou o acréscimo. Nas esferas oficiais, não se contesta a tese de Petraglia. Mas não se quis “dar um cheque em branco” ao dirigente, como resumiu um assessor do prefeito Gustavo Fruet.
São praticamente 207 milhões de reais em discussão. Para o Atlético, esse valor também tem que ser dividido – ficando, na soma total, R$ 130,5 milhões para cada uma das partes. Prefeitura e governo aceitam pagar o acordo de 2011, o que faria o Furacão ficar com uma conta de mais de R$ 268 milhões.
Enquanto isso, o secretário municipal de urbanismo, Reginaldo Cordeiro, seguiu o protocolo quando o Atlético não indicou áreas que compensariam as desapropriações feitas no entorno da Arena.
“Notificamos, demos o tempo necessário para a indicação das áreas a serem desapropriadas, aguardamos um posicionamento. Não acontecendo, fomos buscar as medidas cabíveis”, diz o secretário.