A vida de Miguel Ángel Portugal não tem sido fácil no Atlético. Da desconfiança inicial pelo seu quase anonimato no Brasil, passando pelas dificuldades do idioma, indicações de reforços que não foram aprovadas, “cornetagens” internas e críticas de todos os lados pelas suas atitudes em campo e posicionamento como treinador. Em 14 jogos, computando partidas pela Libertadores, Brasileirão e o amistoso da última quarta-feira (jogo-teste da Arena da Baixada) foram apenas cinco vitórias, dois empates e sete derrotas.

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Cada tropeço da equipe, o coro “Fora Portugal” se ouve nas arquibancadas, seja em Curitiba, seja em qualquer praça esportiva locada pelo clube. Por sorte, os encontros com a grande massa atleticana têm sido raros. Os embates com a imprensa também. Setoristas do Furacão só tiveram três oportunidades para indagar o comandante rubro-negro sobre suas atitudes à frente da equipe. Na Libertadores o trato foi comum, mas no Brasileiro, já com o time tendo resultados ruins, os diálogos não foram amistosos. Ángel dissimulou e foi irônico sempre que as questões não lhe interessavam.

O torcedor tem deixado clara sua insatisfação. As vaias e os pedidos pela saída do treinador durante o jogo-teste deixaram isso muito evidenciad. Só que o presidente do Atlético, Mario Celso Petraglia, continua bancando o comandante. Ele não foi demitido por pouco após a derrota para o Vélez Sarsfield (Primeira fase da Libertadores), mas foi mantido e continua sendo, até aqui, o técnico do Furacão. No amistoso contra o Corinthians, a RPCTV flagrou a reação do mandatário atleticano aos apupos do torcedor, que gritavam em coro “Fora Portugal”. Extremamente irritado e frustrado, Petraglia disparou: “Vocês não merecem isso daqui”, apontando para a nova Arena da Baixada.

O comentarista da equipe Tribuna 98, Guilherme de Paula, foi questionado sobre até quando a diretoria vai conseguir manter o treinador em campo. “Não sei qual é o limite. Afinal, o técnico o agrada por várias conveniências. Mas o Petraglia está surpreendendo. Pelo seu histórico, o Miguel já teve resultados ruins suficientes para o ‘padrão Petraglia’ de troca de treinador. Para ele, que é emotivo, já esta fora do normal”, afirmou.

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Uma mudança de treinador pode ajudar a resolver a instabilidade do Atlético, mas certamente não é a única medida. “A mudança passa também por contratações. O Miguel é um dos problemas, mas talvez não o maior deles”, completou.