Pierre Tostee/ASP
Peterson marcou 18,17.

Em mais um dia de ondas fantásticas de 2m em La Graviere, o paranaense Peterson Rosa chegou bem próximo da nota máxima num tubo espetacular e estabeleceu um novo recorde de 18,17 pontos de 20 possíveis para o Quiksilver Pro France, batendo os 17,33 pontos registrados por Kelly Slater no sábado. O cabo-friense Victor Ribas também passou pela repescagem de ontem e cinco brasileiros vão disputar a terceira rodada da competição.

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O pernambucano Paulo Moura está escalado na sétima bateria e se derrotar o australiano Michael Lowe enfrentará nas oitavas-de-final o vencedor do confronto entre Slater e o jovem Jeremy Flores, 17 anos, da Ilha Reunião. Além deles, o Brasil ainda será representado pelo carioca Raoni Monteiro e pelo niteroiense Guilherme Herdy. Uma nova chamada foi marcada para as 8h de hoje e os organizadores já adiantaram que vão aguardar as melhores condições possíveis para continuar a nona etapa do WCT 2005, que tem prazo até o dia 2 para ser encerrada na França.

A terceira fase estava até prevista para ser iniciada ontem, porém como as ondas pioraram com a mudança da maré a decisão foi parar as disputas após o encerramento da repescagem. Mas o dia começou com ótimas ondas e logo na primeira bateria o veterano Luke Egan deu um show nos tubos para derrotar o também australiano Kirk Flintoff por 16,16 x 7,57 pontos. Logo após a vitória, Egan confessou que vai se aposentar no fim do ano, seguindo o mesmo caminho de Mark Occhilupo, do havaiano Sunny Garcia, do californiano Shane Beschen e do paulistano Renan Rocha, que também já declararam ser esta sua última temporada no WCT.

Outro que já demonstrou vontade de parar foi o paranaense Peterson Rosa, caso não consiga se manter na elite do surfe mundial. Ontem, no entanto, ele mostrou que tem amplas chances de seguir defendendo o Brasil por mais alguns anos. "Estou há 15 anos no circuito e sinto falta de ficar em casa com minha família. Se conseguir ficar no WCT neste ano, então a próxima temporada será minha última no circuito mundial, se não me retiro no final de 2005 mesmo", confessou Peterson.

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Mas Peter não deu chances de reação a outro candidato à aposentadoria. O californiano Shane Beschen pegou o primeiro tubo na bateria, mas logo Peter começou uma reação irada. Em dois tubaços surfados com muita atitude e coragem pelo "Animal", em La Graviere. No mais profundo, recebeu nota 9,67 e fechou a bateria estabelecendo um novo recorde (18,17 pontos) para o Quiksilver Pro.

"Eu vi tantas ondas boas que estava querendo pegar uns tubos também. Fiquei lá fora esperando pacientemente e vi o Shane tirando algumas notas altas. Depois, as ondas começaram a vir para mim, tirei meu primeiro high-score, aí peguei outro tubo muito bom para garantir a vitória. Tomara que o mar continue assim", falou Peter, que duela contra Chris Ward (EUA) na 3.ª fase.

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Além dele, o cabo-friense Victor Ribas também conseguiu derrotar seu adversário. Ribas só marcou 9,50 pontos em suas duas melhores apresentações e mesmo assim despachou o australiano Darren O’Rafferty, que somou apenas 7,50 pontos. Já o potiguar Marcelo Nunes não foi feliz contra Chris Ward, que pegou uma onda boa e venceu a bateria por 11,00 x 8,60 pontos.

Com a derrota, Nunes deve perder o posto de melhor brasileiro no ranking do WCT 2005 para o pernambucano Paulo Moura.