Tal qual um cego num tiroteio, o Paraná Clube dá sinais que, definitivamente, perdeu o rumo. Entra ano, sai ano, entra técnico, sai técnico, entra jogador, sai jogador e a história é praticamente a mesma: vexame atrás de vexame. E, desta vez, com requintes de crueldade para o sofrido torcedor tricolor. A goleada de 5×0 para o Atlético-GO simboliza o pior momento da história de um clube às vésperas de seu 20.º aniversário. Tudo isso quando o clube precisava dar sustentação para o recém-chegado Sérgio Soares.
O treinador deve ter, intimamente, se indagado: “Onde fui me meter?”. Não adiantaram os gritos à beira do campo, o xingão no vestiário, ainda no intervalo do jogo. O Paraná se mostrou frágil, sem competitividade, e virou presa fácil para o novo vice-líder da Série B. O esquema tático foi errado? Difícil afirmar diante da falta de comprometimento do grupo. Marcando à distância, se arrastando em campo, a sensação era que, independente da estratégia de jogo, o Tricolor seria atropelado.
Até aqui, havia a sensação que o elenco tinha qualidade. A lentidão no encaixe era creditada ao ex-treinador (Zetti) e ao fato do grupo ter passado por uma profunda alteração pós-fracasso no Paranaense. O tempo vai passando e a medíocre atuação em Goiânia lança novos questionamentos na já tumultuada cabeça dos paranistas. “Será que há alguma qualidade nesse grupo?” ou “Novamente será preciso reformular o elenco para se salvar da Terceirona?”. São interrogações que certamente devem estar martelando a cabeça do presidente Aurival Correia e dos demais integrantes do departamento de futebol.
Vai ser nesse clima de tensão que o Tricolor encara o Ipatinga, amanhã, às 19h30, no Durival Britto. “Felizmente esse jogo é já. Seria péssimo passar uma semana remoendo essa derrota”, disse o técnico Sérgio Soares, visivelmente atônito diante do péssimo desempenho da equipe diante do Atlético-GO.
