Perto de superar R$ 50 mi em arrecadação, Palmeiras celebra um ano de nova arena

O Palmeiras ultrapassará a marca de R$ 50 milhões de arrecadação no primeiro ano de operação do seu novo estádio, o Allianz Parque, cujo primeiro jogo oficial aconteceu há exato um ano – derrota para o Sport, por 2 a 0, pelo Campeonato Brasileiro. Na prática, a renda anual triplicou em relação ao último ano de uso do antigo Palestra Itália.

A fonte expressiva de recursos da bilheteria (o ingresso é um dos mais caros do País) sustenta a parceria do Palmeiras com a WTorre, que bancou a construção da obra em troca do direito de uso por 30 anos. Uma multinacional norte-americana (AEG) gerencia a arena.

Só no primeiro ano foram cinco megashows na arena, incluindo o de Paul McCartney, eventos corporativos e até uma balada, uma rave antes de um clássico contra o São Paulo pelo Brasileirão. A WTorre, porém, não revela números de faturamento ou lucro do estádio. Apenas diz que a arena fechará o ano “no azul”. “Vemos outras novas arenas fechar o ano prejuízo, o que é normal para uma operação como essa. Nós vamos fechar ano azul”, afirmou o CEO da empresa, Rogério Dezembro. “Tivemos um primeiro ano acima do que imaginávamos, com média de público acima de 30 mil pessoas (por jogo)”.

Pelo acordo entre Palmeiras e WTorre, a renda dos jogos pertence ao Palmeiras, que também recebe um porcentual da venda dos camarotes, outra fonte recursos do estádio. São 188 camarotes (eram 15 no Palestra) que custam entre R$ 250 mil (12 lugares) e R$ 600 mil (21 lugares) – 90% deles foram vendidos a empresas.

A inauguração do estádio também contribuiu para o Palmeiras aumentar o número de sócios-torcedores (são mais de 120 mil participantes do Avanti). Em jogos decisivos, o porcentual de sócios-torcedores chega a 70% do público do estádio.

Já o parceiro do Palmeiras fica com a arrecadação dos shows, quaisquer outros eventos que aconteçam fora dos dias de jogos e maior parte do acordo pelos “naming rights” (a venda do nome do estádio). Há uma expectativa que o investimento de cerca de R$ 700 milhões, o quanto custou a obra, seja recuperado dentro de 15 a 20 anos.

Por outro lado, o estádio recebe shows que afetam o gramado e desalojam o time, que se vê obrigado a jogar no Pacaembu. A WTorre admite que houve problemas após os primeiros shows, mas o gramado já não foi tão afetado após os espetáculos mais recentes. “Tivemos shows sábado e domingo e um jogo na quarta-feira (contra o Fluminense). Já é possível minimizar o impacto no gramado”, afirmou Dezembro. Até agora nenhum show tirou o Palmeiras de seu estádio em jogo importante, como será a final da Copa do Brasil, na semana que vem, contra o Santos.

FLUXO DE CAIXA – Rogério Dezembro afirmou que o estádio não está à venda, mas reconheceu que houve alguns problemas de fluxo de caixa no início da operação. “Tivemos um período crítico, no segundo trimestre, por causa do financiamento da obra. Isso no auge da escassez de crédito, mas agora isso passou (novembro e dezembro)”, afirmou.

A comercialização de alguns pontos do estádio continua em disputa. O principal ponto é em relação à venda das cadeiras do estádio. O Palmeiras alega que só 10 mil lugares são da WTorre e o restante pertence ao clube. A disputa está na Justiça.

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