Suspensa por doping desde janeiro do ano passado, Maria Sharapova voltou a criticar a Federação Internacional de Tênis (ITF, na sigla em inglês), entidade que a russa acusa de não ter lhe avisado de forma eficiente sobre a proibição do uso de uma substância que ela utilizava e entrou na lista de proibidas para as tenistas. A tenista reclamou da ITF por meio de uma entrevista ao jornal britânico The Times, publicada nesta sexta-feira.
Nesta caso, a substância é o meldonium, cujo uso passou a ser não permitido a partir do início de 2016. Flagrada no antidoping com a substância durante o Aberto da Austrália realizado em janeiro daquele ano, a ex-líder do ranking mundial e campeã de cinco títulos de Grand Slam foi punida inicialmente com uma suspensão de dois anos. Depois disso, ela conseguiu reduzir a pena para 15 meses após apelar contra a sanção à Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês).
Quando flagrada no doping, Sharapova admitiu que já fazia uso regular de meldonium desde 2006, tendo em vista o fato de que o consumo da substância era permitido até ser requalificado como proibido pela Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) no início de 2016, após muitas evidências apontarem que o medicamento aumenta o fluxo sanguíneo e pode melhorar o rendimento dos atletas.
Sharapova, entretanto, alegou que tomava o medicamento Mildronate, que continha a substância Meldonium, para tratar de uma deficiência de magnésio e evitar a diabetes. Ela nega que fazia uso da mesma para ter ganho em performance, mas admite que falhou ao não ter visto com atenção um comunicado que recebeu no final de 2015, no qual o meldonium foi incluído na nova lista de substâncias proibidas pela Wada.
A russa, porém, reclama que deveria ter sido avisada pessoalmente sobre a proibição do uso desta substância. “Por que alguém não veio a mim para ter uma conversa? Apenas de um representante oficial para uma atleta, que teria cuidado da confidencialidade. Claro que em última instância a culpa é minha, mas eu estava sendo aprovada (em exames antidoping) em tudo que tomava nos últimos sete anos”, ressaltou a tenista, em entrevista ao The Times.
A ITF, entretanto, ressaltou por meio de um comunicado que sempre informou regularmente aos atletas com a divulgação de lista de substâncias proibidas. Por causa do caso de doping, Sharapova acabou ficando fora da Olimpíada do Rio, no ano passado, e viu a sua imagem como atleta ser altamente abalada.
Com a carreira manchada pelo caso, Sharapova está prestes a fazer o seu retorno ao circuito profissional, o que ocorrerá dentro de menos de duas semanas. Ela voltará a competir no Torneio de Stuttgart, que começa no próximo dia 24, logo após terminar de cumprir os 15 meses de suspensão.